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Baby leafs

A suavidade das hortaliças bebês

Mariana Fabre/Especial para a FOLHA
21 set 2010 às 11:39

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Além do sabor, a beleza das verduras colhidas precocemente atrai o consumidor, como mostra o balconista Claudemir Teodoro - Olga Leiria/Folha de Londrina
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Pequenas, saborosas e com estética agradável, as baby leafs - ou folhas bebês, em português - começam a chamar a atenção de um público interessado em hortaliças com sabor e aspecto diferenciados.

Colhidas precocemente, as baby leafs são retiradas do campo antes do final do ciclo vegetativo. Apesar da frequente comparação, baby leaf não é sinônimo de mini-hortaliças, como explica o pesquisador Wilson Tivelli, da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta). ''Para a produção de mini-hortaliças há cultivares/híbridos específicos. Já no caso da baby leaf, as cultivares são as mesmas que normalmente os produtores cultivam, com a única diferença de que estas são colhidas precocemente''.

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No Brasil, a cultura da baby leaf é bastante recente, mas nos Estados Unidos, Europa e Japão esse mercado já está consolidado há mais de cinco anos. O preço mais elevado e a falta de conhecimento a respeito do produto são os principais motivos apontados por especialistas para o consumo não ter se popularizado no país.

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Segundo o pesquisador do Centro de Horticultura do Instituto Agronômico de Campinas, Luis Felipe Villani Purquerio, os produtores de baby leaf estão concentrados próximos aos grandes centros consumidores, sendo que no estado de São Paulo já é possível encontrar o produto em supermercados.

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Em Londrina, a proprietária da Casa Onishi, Marina Onishi, começou a vender baby leaf há três anos e afirma que a procura por elas é maior no verão, quando o consumo de saladas costuma aumentar. ''Nós, enquanto comerciantes, temos que fazer a divulgação da baby leaf. Mas, geralmente, quem compra uma vez, gosta e volta para levar mais'', comenta.


A empresária conta que as baby leafs vendidas por ela são produzidas em Itapecerica da Serra, região metropolitana de São Paulo, e distribuídas pelo Ceasa da capital paulista. No estabelecimento, elas são comercializadas separadamente ou em uma combinação conhecida como mix de folhas.

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Atualmente, o mix, composto por alface, rúcula, agrião, folha de beterraba, couve mizuna e mostarda wakami, custa R$ 8,00, mas esse valor diminui no verão. Marina explica que antes da estação mais quente do ano chegar, os mix são trazidos apenas para atender encomendas de determinados clientes, enquanto que no verão é possível encontrar baby leaf com frequência, tanto no mix quanto individualmente.


''Elas são lindas, enfeitam a mesa'', diz Marina Onishi, salientando que a aparência agradável é uma das vantagens desse tipo de hortaliça. Essa característica permite que elas sejam bem aproveitadas por bufês e já foi notada por Renata Chineze, do Buffet Planalto, que há cerca de cinco anos é consumidora assídua de baby leaf, tanto para uso no bufê quanto para a própria alimentação.

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Segundo Renata, a estética dessas hortaliças dá um resultado melhor na finalização dos pratos e das saladas. ''Para o meu trabalho, avalio muito a questão da aparência no prato decorado. O fato dela ser pequena ajuda muito'', avalia.


O sabor diferenciado é outro ponto positivo do produto, mais tenro e suave do que a hortaliça convencional e ainda possuir uma textura macia. Para Renata Chineze, as baby leafs são mais suculentas, com sabor mais acentuado. ''A baby leaf de rúcula, por exemplo, é um pouco mais amarga do que a convencional. As características de cada hortaliça são levemente mais fortes'', descreve. A soma desses aspectos faz da baby leaf uma grande oportunidade para atrair crianças ao consumo de hortaliças. Renata ressalta que a hortaliça precoce ajuda na hora de apresentar a salada de forma mais bonita e atrativa para os pequenos.

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Características da baby leaf


- A baby leaf caracteriza-se por ser mais tenra, suave e ainda possuir uma textura macia;

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- Tamanho reduzido e estética agradável desse tipo de hortaliça têm atraído bufês;


- Alface, agrião, rúcula, espinafre e beterraba são as hortaliças mais indicadas para esse tipo de cultivo;

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- Sabor e aparência diferenciados fazem da baby leaf uma oportunidade para atrair as crianças ao consumo de hortaliças;


- A baby leaf é comercializada separadamente ou em uma combinação conhecida como mix de folhas;


- O mix composto por alface, rúcula, agrião, folha de beterraba, couve mizuna e mostarda wakami custa R$ 8,00;


- Cuidados especiais nas fases iniciais de desenvolvimento, na pós-colheita e na armazenagem encarecem o produto, mas, por outro lado, garantem a sua qualidade;


- Preço mais elevado e falta de conhecimento a respeito do produto são os principais motivos para a não popularização do consumo de baby leaf no Brasil.




Cuidados redobrados na produção, colheita e armazenagem


Como são colhidas precocemente, as baby leafs são muito sensíveis e exigem cuidados especiais. Por esse motivo, geralmente são cultivadas por meio de hidroponia e em ambiente protegido. É preciso redobrar a atenção desde a nutrição nas fases iniciais do desenvolvimento até o manejo na colheita, a preparação da embalagem e o transporte, que precisa ser refrigerado.


Todas essas exigências encarecem o produto, mas, por outro lado, garantem a sua qualidade. ''Elas têm uma qualidade muito boa, há aproveitamento total do que vem na embalagem'', reforça a consumidora Renata Chineze.


De acordo com o pesquisador do Instituto Agronômico de Campinas, Luis Felipe Villani Purquerio, qualquer cultivar de interesse comercial pode ser aproveitada para a produção de baby leaf de hortaliças, sendo que alface, agrião, rúcula, espinafre e beterraba são as mais indicadas para esse tipo de cultivo.

A baby leaf de alface, por exemplo, leva em torno de 28 a 42 dias desde a semeadura até a colheita, cerca da metade do tempo necessário para a colheita da alface convencional. ''No caso da beterraba, as folhas jovens podem ser colhidas entre 28 e 50 dias após a semeadura. No cultivo tradicional, as folhas de beterraba são raramente aproveitadas e o ciclo da cultura situa-se entre 90 e 110 dias'', acrescenta Wilson Tivelli, chefe da APTA.


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