Fase de aprovação
Ingredientes importados e especiais, design e embalagens elaboradas. Esses são os principais diferenciais que atraem o consumidor para a compra de chocolates em lojas e franquias. O cliente acaba pagando um pouco mais caro pelo sabor e por um produto que derrete na boca facilmente. O cacau mais fino tem notas florais, frutadas ou de castanhas.
As irmãs Bibiana e Carolina Schneider tem a chocolateria Cuore di Cacao há cinco anos e produz artesanalmente palets (pequenos quadradinhos de chocolate com estampas coloridas), trufas e barras elaborados com chocolates belga e francês. Em 2007, elas expuseram os produtos no Salão do Chocolate de Paris. ''Começamos com as trufas há quase oito anos com uma receita familiar'', conta. Agora, são apresentados os chocolates de origem controlada, elaborados com favas de cacau especiais de vários países.
Os palets têm variações de sabores como cardamomo, especiarias, framboesa, café com gianduia, banana seca com cachaça, limão siciliano, meio amargo, rosas, entre outros.
A coleção Sensation é a mais recente. São chocolates com formato retangular, com matéria-prima francesa, que utilizam mistura de duas ou três origens de cacau, amargos mas com toque suave. Os desenhos utilizados na decoração são inspirados em jóias.
A marca também disponibiliza trufas, rochers (pequenos chocolates crocantes), barras, chocolates quentes e gelados e sorvetes. As caixas de palets com cinco unidades custam R$ 21 e com 75 bombons R$ 195. A unidade de trufa ou bombom é vendida a R$ 2,20.
Carolina conta que o nome da loja veio do coração do cacau que é origem do chocolate. Ela explica que o produto é feito com manteiga de cacau e não tem sabor de cacau mal processado ou tostado demais. Também utiliza baunilha natural e não artificial. Para ela, os principais diferenciais são a qualidade, o design, o ambiente da loja e o atendimento especializado.
A Doce Beijo é uma marca de chocolates diferenciados que já está há 20 anos no mercado. Com fábrica em Joinville (SC) e franquias em Blumenau (SC) e Curitiba. A sócia da empresa, Rafaela Hass, disse que há planos de expandir as franquias para o Sul do Brasil. A produção mensal chega a uma tonelada. Na Páscoa e no Natal o volume atinge cinco toneladas. O trabalho é todo artesanal com chocolate belga e essências importadas.
As trufas custam R$ 2,50 a unidade e a linha de barras de R$ 6 a R$ 25. A marca tem bombons de licor, marzipã, linha diet, brownie, pão de mel, cookies, entre outros. São mais de 150 itens. Para Rafaela os diferenciais são a qualidade e a apresentação do produto.
A marca Nugali foi criada há cinco anos e tem fábrica em Pomerode (SC). Os produtos são vendidos em vários pontos no Sul e Sudeste como bonbonnière, delikatessen e empórios. O diretor de produção Ivan Blumenfchein conta que a produção chega a dez tonelas por mês. Segundo ele, o produto mais vendido é o chocolate ao leite em barras e recheados.
Ele explicou que muitas fábricas reduzem o custo dos ingredientes usando substitutos. Segundo Blumenfchein a manteiga de cacau custa US$ 12 o quilo e há marcas que fazem a substituição por gordura hidrogenada. ''Usamos baunilha enquanto a maioria utiliza vanilina artificial'', conta. Ele destacou ainda que o cacau de qualidade inferior exige uma torra mais acentuada para esconder as deficiências do produto. Quanto menor o processo de torrefação, mais sabor.
A marca trabalha com chocolate ao leite com 45% de cacau, os amargos com até 80%, onde o sabor da fruta é mais presente. Os elevados teores de cacau proporcionam mais intensamente os benefícios da fruta que possui flavonóides, um tipo de antioxidante.
Rodrigo Camargo que trabalha como diretor de marketing revela que um conjunto de fatores o leva a comprar um chocolate mais refinado, como a qualidade da matéria-prima, a textura e o sabor diferenciado. ''Saborear um chocolate mais elaborado é uma experiência mais completa e envolvente. Neste caso, o chocolate é o ator principal'', diz. Ele costuma consumir o produto de duas a três vezes por semana. ''Prefiro pouca quantidade com mais qualidade'', afirma.