Seu bolso

A boutique vai até a cliente

05 jul 2010 às 11:07

De sacoleira a dona de franquia. Desde 2008, a empresária Fabiane Post resolveu incrementar a atividade de venda de roupas femininas. Atenta às necessidades das clientes e do pouco tempo de que dispunham para ir até uma boutique convencional, ela trocou as sacolas pela ideia de uma loja que vai até a cliente. É a Boutique de Rua, uma van de seis metros de comprimento, totalmente adaptada para oferecer ao menos 500 peças de roupas em araras e mais dois provadores. A 'maison' se difere ainda pelo preço atrativo das peças e por atender a demanda de cliente de 15 a 60 anos.

A ideia da Boutique de Rua não caiu do céu, nem surgiu de estudos detalhados sobre o mercado, mas de uma percepção sobre a necessidade de oferecer um serviço melhor. No caso de Fabiane, o objetivo era ajeitar um espaço para que as clientes pudessem provar as peças no momento da venda. Algumas vezes, quando sacoleira, ela deixou de fechar negócio por não dispor de um local reservado ou de um grande espelho, por exemplo.


Determinada a não perder uma cliente sequer e ter mais espaços para trabalhar, a empresária firmou parcerias com proprietários de estabelecimentos voltados para o público feminino, como salões de beleza, clínicas de estéticas e clubes. Para emplacar de vez a ideia, não tardou em anunciar que os preços das peças não ultrapassariam R$ 199. A estratégia de negócio lhe conferiu um incremento de R$ 20 mil no lucro líquido mensal de vendas.


O sucesso da Boutique de Rua atraiu a atenção de especialistas do Sebrae que deram suporte na elaboração de um plano de franquia. Numa feira de negócios de fraquias e empreendedorismo realizada em Curitiba recentemente, dois visitantes abraçaram a ideia do empreendimento da loja itinerante, pelo preço de R$ 250 mil, cada, com todo o formato pronto, inclusive estoque inicial. Um deles levará a boutique sobre rodas para a cidade paulistana de Santos. A expectativa de Fabiane é encontrar novos adeptos em todo o país.


A analista de compras Carolini Hianke foi uma das primeiras clientes de Fabiana, ainda nos tempos das sacolas. Ela chega a gastar R$ 2 mil em cada visita de compra e afirma não querer comprar em outros locais. ''Costumo encomendar peças que vi em lojas de shopping'', revela.


Apesar do investimento na profissionalização da atividade, Fabiana afirma que a principal aposta de marketing é o boca a boca. A bancária Daniele de Jesus tornou-se cliente a partir da indicação de amigas. Ela compra em média de cinco a seis peças por visita. ''O que eu mais gosto é do tratamento. É VIP, mesmo'', diz a bancária.

Parceiras têm comissão das vendas



O itinerário da Boutique de Rua funciona sob agendamento e num mesmo dia chega a percorrer quatro bairros da Grande Curitiba. Uma das parcerias autoriza Fabiana a permanecer com a van aos domingos no estacionamento do restaurante italiano mais tradicional da cidade. Num único plantão ela vendeu R$ 3,5 mil.

A proprietária do salão Refineje, Jenifer Porto, afirma que a decoração temática para a Copa, projetada para os dois estabelecimentos foi bancada pela comissão das vendas fechadas na exposição da boutique em frente as sedes do salão. A parceria também patrocionou uma decoração adicional para o Dia dos Namorados. Outro parceiro, que não quis se identificar, revela que a comissão das vendas cobre as despesas do aluguel da casa. ''Para nós a parceria vale muito a pena. As clientes sempre pedem para agendarmos novas visitas da boutique móvel'', diz.


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