Cinco dias depois do encerramento do prazo de vacinação do rebanho paranaense contra a aftosa, a Defesa Sanitária Animal (DSA) conseguiu vacinar apenas 92 animais da Fazenda 7 Mil, ocupada há mais de três anos pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST). A informação foi dada pelo chefe do núcleo regional da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab), em Ivaiporã, Richard Golba.
Nesta sexta-feira (25/05), conforme Golba, a Seab conseguiu fechar um novo acordo com líderes do acampamento. "Eles pediram mais dez dias de prazo para arrebanhar os animais existentes nas imediações da localidade denominada Retiro Canadá", disse.
A situação preocupa autoridades sanitárias do Estado, segundo Golba. Ele explicou que a Seab, através de veterinários da DSA, está negociando diariamente com os sem-terra, conscientizando-os sobre a importância de imunizar os animais e evitar os riscos que representam a doença para o rebanho paranaense.
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Há cerca de três anos persiste uma divergência quanto ao número de animais existentes na 7 Mil. Os sem-terra garantem que, quando ocuparam a área havia cerca de 4 mil animais e que retiraram vários lotes, soltando-os no parque de exposições de Ivaiporã e estradas da região para que fossem recolhidos pelo proprietário. Em setembro de 2000, na última campanha contra aftosa, a Seab registrou a vacinação de 1.700 bovinos. Depois disso, o MST soltou mais uma boiada na região e assegura que agora existem somente 700 animais nas pastagens da 7 Mil.
Já o proprietário, Flávio Pinho de Almeida, garante que quando os sem-terra invadiram haviam cerca de 10 mil animais, da raça Nelore. Agora ele estima que ainda existam aproximadamente 6 mil bovinos espalhados pelos diversos retiros da 7 mil. A projeção do fazendeiro é baseada nos números do mês de abril de 1998, quando haviam 3.775 vacas adultas, 2.046 novilhas e 440 bezerras.
* Leia mais em reportagem de Maurício Borges na edição da Folha do Paraná/Folha de Londrina deste sábado