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Cortes

Petróleo derrete, mas Petrobras deve esperar para mexer no preço da gasolina

Nicola Pamplona - Folhapress
11 set 2024 às 08:50

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- Pixabay
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Com temores sobre o ritmo de recuperação da economia global, as cotações internacionais do petróleo despencaram nesta terça-feira (10) para os menores níveis em quase três anos. A Petrobras, porém, ainda deve esperar para definir corte nos preços dos combustíveis.

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O petróleo tipo Brent, referência internacional de preços negociada em Londres, fechou cotado a US$ 69,19 por barril, queda de 3,69% em relação ao fechamento anterior e o menor patamar desde o fim de 2021. O WTI, negociado nos Estados Unidos, caiu 4,31%, para US$ 65,75 por barril.

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Segundo analistas, o cenário reflete desconfiança sobre os rumos da economia chinesa e dados mais fracos sobre o desempenho econômico dos Estados Unidos.


A Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) decidiu na semana passada manter cortes voluntários em sua produção até o fim do ano para tentar segurar os preços, mas o mercado vê crescimento da oferta em outras áreas do mundo, incluindo o Brasil.

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Nesta terça, a própria Opep reduziu suas projeções de crescimento da demanda em 2024, citando a China como preocupação. O governo dos Estados Unidos, por sua vez, cortou sua projeção de preços tanto para 2024 quanto para 2025.


"Podemos usar o relatório da Opep como pretexto [para a queda desta terça], mas trata-se da continuação de um movimento que começou há várias semanas", afirmou Matt Smith, da consultoria Kpler. "O mercado está ajustando suas previsões com base em uma demanda fraca."

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O movimento de queda nos preços, que se iniciou em maio, eliminou as defasagens dos preços dos combustíveis no Brasil, que persistiam desde o início do ano.


Na abertura do mercado desta terça, o preço médio da gasolina nas refinarias brasileiras estava R$ 0,16 por litro acima da paridade de importação calculada pela Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis). O diesel estava R$ 0,07 por litro mais caro.

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Dados da Abicom indicam que a Petrobras vem vendendo a gasolina acima da paridade desde meados de agosto, mas o mercado não espera que a estatal reduza o preço neste momento. A percepção é compartilhada por fonte próxima à administração da empresa.


Desde que implantou sua nova política de preços, em maio de 2023, a estatal tem passado longos períodos sem reajustes e o prêmio obtido agora ajuda a compensar as perdas com a manutenção de preços defasados ao longo do ano, dizem as fontes.

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Há, ainda, uma percepção de volatilidade no mercado que não permitiria ainda estabelecer um novo patamar para as cotações internacionais do petróleo.


A EIA (Agência de Informações em Energia) dos Estados Unidos, por exemplo, crê que o consumo está superior à demanda, o que resultará em uso de estoques nos próximos meses, empurrando as cotações novamente para a casa dos US$ 80 por barril.


"Os cortes de produção da Opep indicam que há menos óleo sendo produzido do que sendo consumido globalmente", escreveu, em relatório.


Procurada, a Petrobras disse que não antecipa decisões de reajuste . A estatal costuma dizer também que sua política de preços mitiga o repasse de volatilidades externa, "proporcionando períodos de estabilidade de preços aos nossos clientes".


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