Em decisão negociada com governo nesta segunda-feira (27), a Petrobras anunciou corte de 3,9% no preço da gasolina em suas refinarias. A medida ajuda a compensar o retorno dos impostos federais sobre o combustível.
Segundo a estatal, a gasolina em suas refinarias passará a custar R$ 3,18 por litro a partir desta quarta (1º), quando os impostos federais voltam a ser cobrados. O valor é R$ 0,13 por litro, inferior ao vigente atualmente.
O preço do diesel também será reduzido, em 1,9%. A partir desta quarta, o produto sairá das refinarias da estatal ao preço médio de R$ 4,02 por litro, R$ 0,08 abaixo do valor vigente até esta terça-feira.
Leia mais:
Estudo aponta que salário mínimo pode chegar a R$ 1.524 em 2025 com alta da inflação
Governo propõe uso do Pix como garantia para empréstimos
PGR vai ao Supremo para julgar constitucionalidade das bets
Fim da escala 6 X 1 é 'ideia estapafúrdia', diz presidente da associação de bares e restaurantes
"Essas reduções têm como principal balizador a busca pelo equilíbrio dos preços da Petrobras aos mercados nacional e internacional, através de uma convergência gradual, contemplando as principais alternativas de suprimento dos nossos clientes e a participação de mercado necessária para a otimização dos ativos", disse a empresa.
A redução do preço foi negociada em reuniões entre o comando da estatal e representantes do governo nesta segunda. O secretário-executivo da Fazenda, Gabriel Galípolo, chegou a viajar ao Rio de Janeiro para se reunir com diretores da companhia.
A reunião contou também com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que depois divulgou nota dizendo que o encontro debateu "previsões para os preços futuros dos combustíveis".
A nota destaca "o papel fundamental da Petrobras na busca de soluções para o país ao longo da história da empresa, além de reafirmar o valor e o respeito dado pelo Governo Federal à independência e às devidas regras de governança seguidas pela empresa".
O uso da estatal para minimizar o impacto da volta dos impostos foi confirmada no fim da noite pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que afirmou que a política de preços da empresa tem um "colchão", que permite reduzir ou elevar os preços. "Ele pode ser usado", disse.
O mercado de combustíveis, porém, não via espaço para redução neste momento, embora os preços internos estejam acima das cotações internacionais. A avaliação é que o mercado externo tem tendência altista no segundo trimestre, com a formação de estoques para o verão no Hemisfério Norte.
Em sua última projeção, do início de fevereiro, a EIA (Agência de Informações em Energia do governo dos Estados Unidos) projetava alta de 2,5% no preço médio da gasolina nos postos americanos no segundo trimestre.
O impacto dos cortes nas bombas, porém, é bem inferior ao valor dos impostos federais antes da desoneração. Considerando que a gasolina vendida nas bombas tem 27% de etanol, o corte da Petrobras representa queda de R$ 0,10 por litro no preço final.
Os impostos federais sobre os combustíveis representavam R$ 0,69 por litro. O governo ainda não anunciou quais serão as novas alíquotas.