Lançado nesta terça-feira (9), o
planejamento da operação para o sistema elétrico brasileiro para os próximos
cinco anos vê degradação da capacidade de atender à demanda no horário de pico
e recomenda medidas alternativas para resolver o problema.
Entre elas, segundo o ONS (Operador Nacional do Sistema
Elétrico), está o retorno do horário de verão, suspenso pelo governo Jair
Bolsonaro (PL), que pode se tornar "imprescindível" caso as condições
de suprimento não melhorem nos próximos meses.
A preocupação com o suprimento de potência no horário de
ponta vem crescendo nos últimos anos, com o aumento da oferta de energia solar,
e foi reforçado no PEN (Plano da Operação Energética) para o período entre 2025
e 2029 lançado nesta terça.
O documento aponta desafios já de curto prazo para atender à
demanda no início da noite. Durante o período seco de 2025, diz, todos os
cenários indicam a necessidade de despacho de usinas térmicas além daquelas que
não podem ser desligadas por inflexibilidade.
Uma das alternativas para enfrentar o problema, a
contratação de capacidade adicional de energia de reserva seria resolvida por
leilão anunciado pelo governo em 2024, mas a concorrência foi cancelada após
questionamentos judiciais por parte de segmentos não atendidos pelo edital.
Sem o leilão, além do uso de térmicas, o ONS diz que os
cenários indicam a necessidade de utilização da reserva operativa, um volume
mínimo de energia armazenada nas hidrelétricas para controlar a frequência do
sistema elétrico em caso de perda de unidades geradoras.
O operador já vem fazendo alertas sobre o problema ao CMSE
(Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico). Em maio, sugeriu uma série de
medidas, como o horário de verão e o chamado mecanismo de resposta de demanda,
que ressarce indústrias que se disponham a reduzir o consumo no horário de
ponta.
Sugeriu ainda a antecipação da entrada de térmicas
contratadas em 2021 com início de operações em 2026, a preservação de recursos
hídricos para o período seco e a indicação de obras e ações para melhorar o
suprimento no segundo semestre.
A adoção do horário de verão, diz, ainda é avaliada. "A
depender das projeções de atendimento para os próximos meses, a adoção do
horário de verão pode, eventualmente, ser recomendada ao CMSE como uma ação
imprescindível", afirmou, em nota.
O PEN 2025 vê a intensificação do problema no médio prazo,
com o aumento da oferta de energia solar, menos controlável, e o crescimento do
consumo no horário de pico. Por isso, reforça a necessidade de leilões anuais
de capacidade para garantir o suprimento para garantir o equilíbrio estrutural
do sistema.
E se posiciona de forma contrária a leilões de térmicas
inflexíveis, como as aprovadas na lei que privatizou a Eletrobras, já que essas
usinas poderiam agravar o problema de sobra de energia nos horários de maior
geração solar.
"Com o crescimento das fontes intermitentes, novos
desafios também surgiram para a operação", afirmou em nota Marcio Rea,
diretor geral do operador do sistema elétrico brasileiro, defendendo a
contratação de energia flexível como fundamental para garantir a segurança.
"Precisamos cada vez mais de flexibilidade no sistema,
com fontes de energia controláveis, que nos atendam de forma rápida para termos
o equilíbrio entre a oferta e a demanda de energia, especialmente nos horários
em que temos as chamadas rampas de carga", disse.
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