Os R$ 26,2 milhões liberados pelo Governo do Estado para a desapropriação de imóveis localizados na face norte do Aeroporto Governador José Richa, em Londrina, já foram utilizados pela prefeitura. O município trabalha, agora, na aprovação de um projeto de lei que prevê o empréstimo de mais R$ 10,3 milhões para a aquisição das áreas restantes. Ou seja, o valor total para a desapropriação dos terrenos, avaliado em cerca de R$ 30 milhões no ano passado, sofreu novo reajuste e deverá chegar a R$ 36,5 milhões. "Isso sem contar que, no meio do caminho, a gente conversou com o pessoal da Infraero, conseguiu reduzir o recuo da faixa de segurança do aeroporto e, consequentemente, livrou cerca de 35 casas do processo de desapropriação", lembrou o presidente do Instituto de Desenvolvimento de Londrina (Codel), Bruno Veronesi, acrescentando que, com a compra dos imóveis citados, o valor total para as desapropriações poderia ultrapassar os R$ 47 milhões. Na época, a Codel optou por "reservar" 20 mil metros quadrados de uma área rural a adquirir as residências, localizadas no jardim Albatroz (zona leste).
O dinheiro necessário para a aquisição dos imóveis foi captado por meio de um empréstimo junto ao programa Paranacidade, do Governo Estadual. Veronesi garantiu que o Estado vai financiar os R$ 10 milhões restantes logo após o projeto de lei que prevê a transação ser aprovado pela Câmara de Vereadores. O Legislativo aprovou a matéria em primeiro turno na sessão de terça-feira (14), e pretende voltar a discuti-la em agosto, depois do recesso parlamentar.
Segundo o presidente da Codel, o município também trabalha com a possibilidade de oferecer terrenos públicos, localizados em outras regiões da cidade, em troca das áreas que precisam ser desapropriadas. "Isso reduziria o valor total do empréstimo, mas tudo vai depender da negociação com os proprietários dos imóveis, que poderão ou não aceitar a nossa oferta", adiantou.
Oficina
Outro impasse que dificulta a desapropriação dos terrenos localizados no entorno do aeroporto envolve a oficina Avipar, que, conforme Veronesi, não aceitou os R$ 7 milhões oferecidos por terreno localizado ao lado do terminal. "A empresa já comunicou que pretende entrar na Justiça pedindo um valor maior pela área. No entanto, temos a intenção de conversar com a Infraero e analisar a possibilidade de oferecer um lote localizado dentro do aeroporto para a Avipar. A oficina se instalaria no local, manteria as suas atividades e isso funcionaria como uma espécie de contrapartida ao pedido dela", explicou.
Na avaliação do presidente da Codel, os dois impasses devem ser resolvidos em 30 dias.
Vale lembrar que as desapropriações são necessárias para que a Infraero possa investir cerca de R$ 80 milhões em melhorias no Aeroporto de Londrina.