Notícias

Trabalhadores eram mantidos como escravos em plantação de batata

03 nov 2014 às 18:36

O Ministério Público do Trabalho (MPT) vai cobrar os direitos trabalhistas dos dez trabalhadores resgatados em condições análogas à de escravo em Criciúma, no sul de Santa Catarina. Eles foram aliciados do Maranhão, Paraná e Rio Grande do Sul para trabalhar em uma plantação de batata. Ao todo, 17 trabalhadores estavam no local. A fiscalização foi realizada pela Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE/SC) e o MPT recebeu o relatório da inspeção na última semana.

De acordo com a coordenadora de fiscalização do trabalho rural da SRTE/SC, Lilian Carlota Rezende, a casa onde os trabalhadores estavam não tinha as mínimas condições de higiene, o fogão a gás ficava no mesmo ambiente em que espumas eram utilizadas como cama e os alimentos eram guardados de forma inadequada. Além do trabalho sem carteira assinada, eles faziam a colheita das 7h às 19h, sem os equipamentos de segurança como o aparelho para a retirada do vegetal e chapéu. Também não havia banheiro ou locais para refeição.


O procurador Luciano Leivas, à frente do caso, adiantou que vai cobrar do empregador, além do registro nas carteiras de trabalho, o pagamento de todos os salários e verbas rescisórios e demais direitos trabalhistas a que os resgatados têm direito. O proprietário já foi notificado pela SRTE/SC. "Pelos atos infracionais, ele pode arcar com mais R$ 200 mil em multas", informou.



Paraguaios

Na mesma operação, no dia 22 de outubro, paraguaios foram localizados em uma colheita de fumo no município de Sombrio. O dono da propriedade abrigava 22 paraguaios sem documentação no país para trabalhar no local. Em 2013, o mesmo empresário foi multado por estar com 20 trabalhadores paraguaios na mesma situação de ilegalidade. A Superintendência Regional do Trabalho e Emprego acionou a Polícia Federal para os procedimentos cabíveis de deportação.


Continue lendo