A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) realiza hoje a 22ª reunião pública ordinária da diretoria do órgão que vai definir o reajuste das tarifas da Companhia Paranaense de Energia (Copel) no mesmo dia que o aumento precisa entrar em vigor. A reunião de hoje tem 45 itens na pauta, mas a estatal paranaense é o primeiro assunto da lista. O aumento seria decidido no dia 17 de junho, mas foi retirado da pauta. Depois que a Aneel autorizar o reajuste, a decisão final será do governo do Estado, acionista majoritário da companhia.
No dia 17, o reajuste da Copel foi retirado da pauta da reunião a pedido do diretor da Aneel e relator Reive Barros dos Santos. Segundo a agência reguladora, o assunto não foi discutido naquele dia porque havia a necessidade de um tempo maior para avaliação do tema.
A Copel solicitou um reajuste de 32,45%. A Companhia Campolarguense de Energia (Cocel), que pediu 25,16% e teria o reajuste decidido também no dia 17 de junho pela Aneel, também teve a solicitação retirada da pauta por Reive Santos.
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Até agora, 42 distribuidoras de energia já apresentaram o pleito de reajuste anual para a Aneel. O valor pedido pela Copel foi o maior percentual entre todas as solicitações apresentadas até ontem. Os dois maiores pleitos, até o momento, tinham sido da AES Sul Distribuidora Gaúcha de Energia de 30,47% e da Cemig de 29,74%. Os reajustes autorizados para as tarifas residenciais para estas duas empresas foram de 28,86% e 14,24%, respectivamente.
De acordo com a planilha de custos que a Copel enviou para a Aneel, chamada de IRT (Índice de Reajuste Tarifário Pleiteado), o total do aumento solicitado de 32,45% é composto por 19,1% da parcela A (formada por encargos setoriais, custos com transmissão de energia e contratos já assinados de compra de energia que vão impactar no futuro), 11,8% de componentes financeiros formados por energia já comprada e pelo restante do reajuste de 4,94% que não foi aplicado na integralidade no ano passado.
Segundo informações da Copel, o que mais pesou no pedido de reajuste da estatal foi a compra de energia. O uso intenso das termelétricas devido ao baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas influenciou muito no custo da empresa.
Ainda segundo a Copel, se a empresa não reajustar as tarifas o setor de distribuição não conseguirá fazer os investimentos futuros necessários. A Copel Distribuição teve um prejuízo de R$ 14 milhões no primeiro trimestre de 2014. No mesmo período do ano passado, o prejuízo tinha sido de R$ 65 milhões.
Já o balanço total da companhia, também do primeiro trimestre, apontou um lucro líquido de R$ 583 milhões contra R$ 398 milhões no mesmo período do ano passado, o que significa um crescimento de 46,3%.
No pleito da Copel deste ano entrou também o restante do reajuste de 2013 que o governo do Estado decidiu não aplicar. No ano passado, a Aneel autorizou um reajuste médio de 14% para a Copel. Mas, em meio à onda de protestos que tomou conta do País em junho, o governador Beto Richa decidiu aplicar 9,55%, na média. Com isso, sobrou um "saldo residual" de reajuste.