Crise
Para afastar o risco de cassação da concessão do serviço de telefonia fixa e para tornar a Sercomtel mais rentável, a administração do prefeito Marcelo Belinati (PP) investe em uma sequência de reuniões para convencer o governador Beto Richa (PSDB) e a diretoria da Companhia Paranaense de Energia (Copel), principal sócia da telefônica londrinense, sobre a necessidade de investimentos que aumentem a arrecadação.
No sábado (19), Belinati e Richa discutiram maneiras de viabilizar investimentos em tecnologia que tragam mais clientes e tirem a empresa do sufoco. Segundo o prefeito, apenas a instalação de fibras óticas em Londrina custaria R$ 100 milhões, mas isso resultaria em um aumento de arrecadação de R$ 200 milhões ao ano. "Imagine a cidade com essa infraestrutura e apoiada pela Copel para chegar a outros locais? Iríamos disparar", prevê.
Desde o início da atual gestão, a Sercomtel tem apresentado dados de desequilíbrio financeiro, que chegariam a R$ 300 milhões. No primeiro semestre de 2017, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) admitiu a possibilidade de cassar a concessão de exploração da telefonia fixa da companhia londrinense, devido aos problemas financeiros e a uma inviabilidade futura de operação da empresa.
De acordo com Belinati, parte da questão foi solucionada com a renegociação de débitos tributários e com fornecedores e o aumento da oferta de planos combo, que atraiu mais 6 mil clientes para a base de assinantes. "Com isso, estamos operando no azul. No limite, mas no azul."
O que preocupa, entretanto, são as ações trabalhistas, com valores altos de indenizações, e a ausência de recursos para aplicações futuras. "O que conversamos com o governador [no sábado] é contratar uma contultoria especializada que indique caminhos futuros. E o importante é que tenhamos, com a Sercomtel, a Copel participando, trabalhando junto. A prefeitura não tem os recursos necessários para investimento, nem a Sercomtel, mas a Copel tem."
A diretoria da Sercomtel se reúne nesta segunda-feira (21) com diretores da Copel, definindo propostas que serão levadas à reunião com a Anatel, em Brasília, nesta quarta (23) e quinta-feira (24). No dia 30, deve sair o relatório da agência reguladora sobre a situação da telefônica. Para Belinati, embora a possibilidade de cassação da concessão esteja mais distante, é provável que seja exigido um cronograma de investimento maciço em tecnologia.