Qualidade de vida é palavra-chave quando o assunto é longevidade. Afinal de contas, viver bem, com muita saúde e, com isso, somar anos e mais anos de vida é desejo comum. Assim pensam os leitores ouvidos pela reportagem, como o enfermeiro aposentado Santos Munhoz, 65 anos. No fim da tarde ele corre. Do outro lado, seu pai, o agricultor aposentado Antonio Munhoz, 98 anos, exercita-se nos equipamentos da academia ao ar livre no centro de Londrina. Tenho de correr para acompanhar meu pai", diz Santos. "Ele é muito ativo, saudável, tem uma cabeça muito boa", orgulha-se. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que o número de pessoas com mais de 60 anos cresce mais que a média mundial - em 2030, elas irão representar 18,6% do total de habitantes.
Diante dessa realidade, crescem também os serviços oferecidos para essa camada da sociedade, a chamada terceira idade. Entretanto, esse não é um campo para aventureiros. "De forma alguma", ratifica a consultora e gestora do projeto setorial de Saúde do Sebrae/PR, Simone Millan. "Até porque na área de saúde há muita regulação e a legislação aplicada para produtos como serviços de saúde é rígida. Quem pensar em investir deve ter em mente que vai enfrentar um nível de exigência que inclui certificação e fiscalização rigorosas desde a abertura até a manutenção. Ou seja, ao mesmo tempo que o mercado está se ampliando, a legislação também está", alerta. "Uma academia de ginástica, um estúdio de pilates ou uma agência de turismo podem incrementar ao negócio já existente um atendimento especializado para a faixa etária idosa e prosperar."
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Negócio maduro
Quando esse assunto ainda nem era discutido, as enfermeiras Marly Bilibio e Fátima Freitas, assumiram um espaço especializado em cuidados para pessoas na terceira idade. "Foi 25 anos atrás. A clínica funcionava há cinco e o proprietário inicial se desligou, decidimos tomar a frente e estamos aqui". Com serviços de hospedagem permanente, temporária, diária e creche para idosos, o Centro de Apoio Geriátrico vai além dos cuidados pessoais e de enfermagem como fisioterapia, estímulos cognitivos, recreação e atendimento psicológico. Em recente tarde, uma sessão de cinema com um filme de Mazaropi serviu de diversão. "Além da pipoca, é claro, a diversão ganha espaço para um bate-papo e, por meio da equipe de psicologia, são discutidas cenas do filme e as vivências de cada idoso."
De acordo com Marly Bilibio, a modalidade creche, em que o idoso passa um período do dia no centro de apoio e retorna para casa, é uma alternativa para muitas famílias. "Não há horário fixo para entrar e é um formato interessante, pois permite manter o vínculo junto ao seio da família", explica.
Nos centros de Convivência, atividades gratuitas o ano inteiro
Os Centros de Convivência da Pessoa Idosa oferecem atividades gratuitas para a população idosa durante o ano todo. Vinculados à Gerência de Articulação Comunitária da Secretaria Municipal do Idoso, as unidades têm como objetivos trabalhos voltados à valorização da pessoa idosa na sociedade e à defesa e à promoção dos direitos do idoso de modo a consolidar uma política pública que promova o envelhecimento ativo.
De acordo com o gerente de articulação comunitária da Secretaria do Idoso, Cleir Brandão, a tendência é que as atividades acompanhem o crescimento populacional. "O envelhecimento varia de uma pessoa para outra, mas notamos que muitos querem manter-se ativos, aprender coisas novas. Um exemplo é o curso Idoso Conectado, no qual aprendem a usar smartphone", explica.