Não importa o governo, a moeda ou os períodos de sazonalidade - peculiares a cada produto ou estação. O fato é que o comerciante sabe que jogo de cintura é pré-requisito para sobreviver no mercado e manter o negócio no azul. Sem bater de frente com grandes redes supermercadistas, pequenos comércios de bairro investem na qualidade do atendimento entre as ferramentas para cativar e manter freguesia cada vez mais fiel ao ponto de venda. Em regiões diferentes da cidade, reportagem foi conhecer como funcionam esses estabelecimentos e traz ainda orientações de um especialista para quem está na corda bamba e quer melhorar sua relação com a vizinhança.
Instalar-se em frente a duas redes de supermercado consideradas fortes pode parecer uma decisão insana. Há pouco mais de três meses, moradores da região central se depararam com a novidade, a instalação de um novo sacolão, e aprovaram. "Preço e mercadorias excelentes", diz a balconista Wanderly Almeida Silveira, 42 anos. "Trabalho aqui na região, aproveito para levar pra casa e percebi que, por causa do sacolão da Celso Garcia, os mercados baixaram os preços."
Receba nossas notícias NO CELULAR
WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp.Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.
No conjunto Farid Libos, um mercado com 26 anos de história faz os moradores deste e de outros bairros se sentirem bem servidos. Ter de tudo um pouco e variedade são os atrativos do mercadinho, segundo o responsável, Antonio Batista, 55 anos. "Aqui é tradicional, tem freguês que faz compra desde que abrimos, tem outra geração comprando e ainda mantemos a caderneta", revela. A confiança recíproca é também combustível no relacionamento de quem compra e de quem vende, acrescenta Batista. "Vem o netinho buscar e a gente atende e entende."
Na rua Bélgica, zona Sul, o casal Renato Di Angelo Liberato, 36 anos, e Rosana Liberato, 36, investem no fino trato para conquistar clientes cada vez mais assíduos, bem como para surpreender os atuais. Há cinco meses, a dupla assumiu um ponto que, para a freguesia, não tinha muito a agregar, mas com empenho e criatividade, o sacolão prospera. Limpo, com produtos frescos e atendimento padrão. Ele formado em Marketing e ela com 18 anos de experiência no comércio, o casal coloca em prática ações como cartão fidelidade, café da manhã e produtos diferenciados. Sem contar uma mini mercearia para socorrer com produtos de limpeza, festa, higiene pessoal e culinária. "Agora vamos criar a quinta-feira do orgânico", avisa.
Para quem pegou um ponto caidinho e ciente de que os esforços não seriam pequenos, o casal tem fôlego de sobra e, com bom relacionamento com os comerciantes vizinhos, fortalece o comércio do bairro e comemora: "Atendemos pedidos pelo WhatsApp, fazemos entregas em vários bairros como Gleba, Jardim Mediterrâneo, Igapó, Cafezal."