Em busca de reforço no caixa para garantir o cumprimento da meta fiscal, o Ministério da Fazenda deu início à venda de ações do Banco do Brasil que fazem parte do patrimônio do Fundo Soberano do Brasil (FSB).
O fundo é uma espécie de poupança que o governo federal mantém desde 2008, para ser usada em momentos de necessidade de receitas.
Sem alarde, um primeiro lote de 1 milhão de ações do BB foi vendido em junho. O movimento, no entanto, só foi detectado pelo mercado financeiro nos últimos dias, o que obrigou o Ministério da Fazenda a confirmar nesta quinta-feira, 16, a operação. Nos primeiros 15 dias de julho, outras 5,6 milhões de ações do BB foram vendidas.
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Com a venda das ações, o Tesouro Nacional quer garantir liquidez ao patrimônio do fundo, para que seja usado como receita para engordar o superávit primário das contas públicas - a economia para pagamento de juros da dívida. Segundo o Tesouro, a estratégia é uma medida "prudencial em um contexto de política de consolidação fiscal do Setor Público".
No primeiro lote vendido, o Fundo Soberano conseguiu R$ 23,860 milhões pelas ações. Mas a intenção do Tesouro é vender todo o lote de ações do BB que estão no FSN: 109,650 milhões, o equivalente a cerca de R$ 2,662 bilhões.
O mercado reagiu mal à decisão do Tesouro, com queda das ações do BB. Os rumores no mercado de que o Fundo poderia se desfazer de ações do BB para contribuir com o ajuste fiscal do governo brasileiro ocorrem desde o ano passado. Fontes do mercado acreditam que o fundo soberano faça novas vendas, ainda que tal estratégia gere prejuízo ao Fundo.