A Copel realizou neste mês de outubro a primeira conexão de um projeto de geração solar de pequeno porte ao seu sistema elétrico na modalidade de microgeração de energia. A partir de agora, o excedente gerado pelas 36 placas fotovoltaicas da empresa Elco Engenharia, de Curitiba, poderá ser injetado na rede de distribuição em troca de créditos em seu consumo futuro de energia.
Instituído pela Resolução Normativa nº 482/2012 da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), o sistema de compensação de energia elétrica abrange projetos de microgeração – menor ou igual a 100 kW (mil Watts) – e minigeração – de 101 até 1.000 kW– a partir de fontes renováveis de energia elétrica, como hídrica, solar, eólica e de biomassa. Toda energia não utilizada pela unidade consumidora é revertida ao sistema interligado, gerando créditos de consumo que poderão ser utilizados nos 36 meses seguintes.
"Ao permitir a geração de energia por pequenos produtores, próxima ao local de consumo, o sistema de compensação reduz a necessidade de investimentos na rede de distribuição e em subestações e evita as perdas decorrentes do transporte da energia em longas distâncias", explica o diretor-presidente da Copel Distribuição, Vlademir Daleffe. "Ao mesmo tempo, é uma forma de incentivar o aumento da participação das fontes renováveis na matriz energética, promovendo o desenvolvimento sustentável do setor elétrico".
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COMO FUNCIONA - O projeto solar da Elco Engenharia, que atua na montagem mecânica de plantas industriais, conta com 36 placas fotovoltaicas de 240 W cada, totalizando 8,6 kW de potência instalada. A geração média mensal pode alcançar 800 kWh (kilowatts-hora), suficiente para fornecer energia a até quatro residências.
A empresa aderiu ao sistema de compensação de energia elétrica com a intenção de pesquisar e desenvolver novas tecnologias para geração distribuída. A sede da empresa no bairro Parolin exibe há dois anos um cata-vento de grande porte sobre o telhado. Com potência de 2,3 kW, o equipamento supre uma parcela do consumo mensal das instalações e, à diferença dos painéis solares, não está conectado à rede de distribuição.
"A grande vantagem da geração distribuída, para quem produz, está em utilizar a rede elétrica como uma bateria", avalia o engenheiro Tiago Chinvelski, diretor de desenvolvimento de energias alternativas da Elco. "No caso especifico da geração solar, os créditos acumulados com a injeção em rede da energia produzida ao longo do dia financiam seu uso à noite ou em dias nublados, dispensando o uso de baterias".
SOL E BIOGÁS - O projeto solar da Elco é um dos 12 apresentados à Copel desde o início de vigência da Resolução nº 482/2012, e o segundo a ser conectado na modalidade de microgeração. O outro projeto que se utiliza do sistema de compensação de energia é o da Granja Colombari, de São Miguel do Iguaçú, que possui um gerador com 80 kW de potência movido a biogás proveniente de dejetos suínos.
A microgeração distribuída contempla empresas ou pessoas físicas que gerem energia a partir de fontes renováveis e que estejam conectadas à rede de distribuição por meio de unidades consumidoras. O interessado em aderir ao sistema de compensação deve apresentar à Copel projeto com estudos de conexão e proteção, entre outras exigências.