O chefe do setor petroleiro da Líbia, Mustafa Sanallah, criticou abertamente nesta quinta-feira o Acordo de Governo Nacional, governo apoiado pela Organização das Nações Unidas cuja formação no ano passado aumentou a esperança de unidade política no país, após cinco anos de confrontos. O país permanece, porém, dividido entre dezenas de milícias e duas administrações rivais.
Sanallah disse que o governo apoiado pela ONU tenta assumir o controle sobre acordos da National Oil, a estatal do setor. A companhia gera 90% da receita da Líbia com exportações e é estatal, mas diz manter independência das várias facções que tentam controlar o país até que ocorram eleições. "O Estado da Líbia praticamente se desintegrou", afirmou Sanallah durante uma conferência sobre energia em Paris, na quinta-feira. Segundo o executivo-chefe da estatal, o governo apoiado pela ONU "é mais problema que solução". Um porta-voz dessa administração não quis comentar o assunto.
Sanallah afirmou que a produção petrolífera líbia diminuiu para 491 mil barris por dia, de quase 700 mil barris por dia mais cedo neste ano. Por outro lado, a National Oil informou que um grande campo do país voltou a operar, o Sharara. Segundo o executivo, a produção petrolífera líbia poderia atingir 800 mil barris por dia mais adiante. Fonte: Dow Jones Newswires.