A Prefeitura de Londrina quer emprestar R$ 50 milhões do Governo do Paraná para realizar a desapropriação da face norte do Aeroporto Governador José Richa e a implantação de dois novos parques industriais da cidade. Os financiamentos foram aprovados pela Câmara de Vereadores e seguem, agora, para a análise da Secretaria do Tesouro Nacional, órgão que ficará responsável por avaliar se o município tem condições de contrair a dívida milionária. Segundo o presidente do Instituto de Desenvolvimento de Londrina (Codel), Bruno Veronesi, a capacidade de endividamento da prefeitura é enorme, de R$ 1,3 bilhão, e, por isso, vai conseguir absorver não só os empréstimos em questão, mas os que ainda estão por vir. "Londrina ficou muitos anos sem projetos grandes e de infraestrutura, que dependeriam da captação de recursos externos. É por isso que a cidade está tão pouco endividada", explicou Veronesi.
Atualmente, a dívida municipal gira em torno dos R$ 380 milhões. Os empréstimos junto ao Governo do Paraná e o financiamento federal de R$ 121 milhões do antigo BRT (Bus Rapid Transit) e atual Superbus deve aumentar o débito para os R$ 600 milhões. "São recursos extremamente necessários para a realização das obras. Sem os empréstimos, não teríamos como formular os projetos e executá-los", argumentou.
Bruno Veronesi espera que a Secretaria do Tesouro Nacional avalie a capacidade de endividamento do município de Londrina em dez dias. "Precisamos do aval para captar os recursos e retomar, com urgência, o processo de desapropriação dos terrenos localizados no entorno do aeroporto", completou.
O presidente da Codel garantiu que a retomada do procedimento já foi definida com a Justiça Federal. "Com a verba em mãos, vamos começar a convocar os proprietários das áreas que vão ser desapropriadas". Se tudo der certo, na avaliação de Veronesi, o processo será concluído até abril do próximo ano.
As desapropriações são necessárias para que a Infraero invista R$ 80 milhões em melhorias no Aeroporto de Londrina. O tão aguardado ILS, por exemplo, deve ser enviado para a cidade no próximo ano e ser instalado em 2016.
Já em relação aos parques industriais, o presidente da Codel preferiu adotar a cautela. "Vamos receber os recursos e abrir licitações para a topografia das áreas que irão receber os parques e a formulação dos estudos de Impacto de Vizinhança dos locais. Nesse caso, o processo será mais longo", admitiu.
A Prefeitura de Londrina precisa de R$ 30 milhões para as desapropriações e R$ 20 milhões aos parques industriais.