A fabricante americana Apple encerrou a fabricação do tablet iPad no Brasil. Depois de dois meses de redução no ritmo de produção na fábrica da Foxconn em Jundiaí, no interior de São Paulo, a linha de montagem foi desativada, confirmaram várias fontes ao 'Estado'. A fábrica produziu várias versões do iPad no País, desde que o governo autorizou a fabricação do produto, em 2012.
De acordo com a vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Jundiaí, Várzea Paulista e Campo Limpo, Rosemary Prado, a linha de montagem do tablet da Apple começou a ser desmontada em 13 de março. "As demissões começaram com oito pessoas, depois dez", contou Rosemary. "Na última leva, na primeira quinzena de abril, foram mais 50 demitidos." No total, 130 pessoas trabalhavam na linha de produção do iPad.
Os cerca de 60 funcionários que restaram da equipe dedicada ao tablet da Apple estão em licença remunerada. O Estado entrou em contato com a Foxconn, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.
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De acordo com Rosemary, o sindicato negocia com a Foxconn a transferência desses funcionários para outras linhas de montagem da empresa, que fabricam outros produtos. "Temos esperança que eles sejam realocados", diz ela.
O grupo de funcionários que não foi demitido inclui duas gestantes e membros da Comissão de Segurança Interna e Prevenção de Acidentes (Cipa) da fábrica. Segundo o sindicato, a Foxconn ainda não decidiu se vai realocar esses empregados.
A linha de montagem do iPhone não sofreu impacto e continua a operar. Ainda não é possível se o fim da produção do iPad influenciará no preço local do produto. Segundo uma fonte, o preço da Apple já é alto e não deve ser alterado. Procurada, a Apple não quis comentar.
"Eles pararam de produzir o iPad no Brasil porque a venda de tablets só cai", disse uma fonte do setor de tecnologia, que preferiu não se identificar. "Não tinha volume (de vendas) para justificar produção local."
Mercado
O mercado de tablets no Brasil cai fortemente desde 2015, quando foram vendidos 5,8 milhões de tablets, baixa de 38% na comparação com 2014. No ano passado, as vendas de tablets caíram 32%.
"A alta do dólar, assim como o aumento da demanda pelos smartphones, fez muitos fabricantes deixarem esse mercado", explica o analista da IDC Brasil, Wellington La Falce. Para 2017, a estimativa de retração é de cerca de 7%.