A despeito do golpe que a gravação da JBS acertou na economia a partir de maio, o Produto Interno Bruto (PIB) deverá ainda encerrar 2017 com algum crescimento, previu nesta quarta-feira (19) o economista-chefe da Serasa Experian, Luís Rabi. Pelos exercícios feitos pela entidade, a economia brasileira deverá evoluir algo entre 0% e 0,5% ao longo do ano.
A explicação, de acordo com o economista, é que o governo, apesar do impacto sofrido, conseguiu agir rápido ao ponto de aprovar algumas matérias, entre elas a reforma trabalhista. Será um ano de baixo crescimento, diz ele, mas não será tão ruim como se imaginava nos primeiros momentos depois da deflagração da crise.
Receba nossas notícias NO CELULAR
WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp.Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.
A inflação, por exemplo, de acordo com a previsão da Serasa Experian, encerrará o ano em 3% em termos anualizados e a balança comercial deverá fechar com um superávit da ordem de R$ 60 bilhões. "O Brasil continua atraindo investimentos que continuarão financiando o déficit das transações correntes, mantendo o câmbio estável, dando espaço para mais cortes da Selic e as reformas devem continuar", previu Rabi.
Isso não quer dizer que o cenário para aprovação da reforma da Previdência não piorou, destaca o economista. Para ele, as chances de aprovação da reforma previdenciária se reduziram de 80% antes da divulgação das gravações da JBS em 17 de maio para algo como 50% agora. Diante desta dificuldade, Rabi acredita que no cenário mais provável, o governo deverá aumentar a carga tributária para conseguir fechar suas contas.
É neste cenário que contempla aumento de impostos que o economista da Serasa Experian prevê uma taxa menor de crescimento do PIB. "A economia vai continuar crescendo, mas a uma taxa baixa por conta do aumento da carga tributária."