O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu Rufino, afirmou nesta quinta-feira, 27, que o governo deve reavaliar as condições oferecidas no edital do leilão de linhas de transmissão realizado na última quarta-feira (26). No pleito, apenas quatro das 11 linhas ofertadas receberam lances, um resultado aquém do esperado. Para Rufino, a própria conjuntura econômica deve ter contribuído para o desempenho.
"Fizemos um grande esforço no sentido de melhorar para ter mais atratividade nos leilões. Colocamos prazo mais realista, fizemos uma definição mais clara de preço. Entendo que avançamos muito, mas aparentemente não foi suficiente. Agora, temos de acolher reflexões que o mercado vai nos apresentar", disse Rufino ao chegar à Fundação Getulio Vargas (FGV), no Rio, para participar de debate promovido pela FGV Energia.
"Certamente a conjuntura econômica deve ter contribuído para isso. Agora, vamos ter de reavaliar condições que foram oferecidas no edital", afirmou o diretor-geral. Segundo ele, as linhas que não tiveram interessados devem ser ofertadas novamente no próximo leilão, ainda sem data. Segundo Rufino, será "o mais breve possível", com chances de acontecer ainda em 2015.
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Rufino afirmou que uma sinalização do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) sobre aumentar o escopo de itens financiáveis poderia atrair mais investidores aos leilões de linhas de transmissão.
"O BNDES reduziu o escopo, e agora essa condição tem de ser refletida. O mercado é soberano, se disse que nessas condições não compra, tem que reavaliar", disse Rufino.
O diretor-geral afirmou que não cabe à Aneel dizer quanto o banco de fomento deveria injetar nos projetos leiloados, nem se a instituição deveria ampliar o escopo de itens financiáveis. "Eu diria que seria bem-vindo. Se é pertinente ou não, não posso dizer. O BNDES é um agente financeiro importante para o setor elétrico. É bem-vinda qualquer ampliação que o BNDES possa fazer", disse.