O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) suspendeu as exportações de cinco frigoríficos para os Estados Unidos, depois de autoridades sanitárias americanas identificarem irregularidades provocadas pela reação à vacina contra a febre aftosa. Segundo nota do ministério, a proibição continuará em vigor até que sejam adotadas "medidas corretivas".
De acordo com a pasta, foram suspensas as exportações de três plantas da Marfrig, localizadas em São Gabriel (RS), Promissão (SP) e Paranatinga (MS); uma da JBS, localizada em Campo Grande (MS); e uma da Minerva, em Palmeiras de Goiás (GO).
O ministério informou que recebeu documento do Serviço de Segurança e Inspeção de Alimentos, cuja sigla em inglês é FSIS, agência do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, relatando não conformidades constatadas em reinspeção de produtos dos locais em questão.
Leia mais:
Um terço das famílias brasileiras sobreviveu com renda de até R$ 500 por mês em 2021, mostra FGV
Taxa de desemprego no Brasil cai para 9,8%, segundo IBGE
Termina nesta terça o prazo para entrega da declaração do Imposto de Renda
Número de inadimplentes de Londrina cai 14% em abril, segundo dados do SPC
A pasta preventivamente suspendeu a certificação sanitária das plantas citadas "até a adoção de medidas corretivas e trabalha para prestar todos os esclarecimentos e correções no sentido de normalizar a situação".
"Trabalhamos ainda, para que não haja recusa das mercadorias já embarcadas, até porque não há risco algum à saúde pública. O mecanismo de autossuspensão é acionado como estratégia para facilitar o retorno de forma mais acelerada, após os esclarecimentos", acrescenta a nota.
A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (ABIEC) esclareceu que a autossuspensão ocorreu após detecção de reações à vacina contra a febre aftosa, que em alguns casos pode provocar abscessos internos e, portanto, não visíveis. "A iniciativa demonstra a responsabilidade do Brasil no que diz respeito à condução de suas exportações".
Em comunicado, a ABIEC disse que a produção de carne bovina brasileira segue "os mais altos padrões de vigilância sanitária e de qualidade. As plantas industriais suspensas representam uma fração mínima da produção nacional de proteína animal".
Outro lado
Procurada, a JBS disse em nota que já encaminhou os esclarecimentos solicitados via ABIEC e ressaltou que "não foram encontrados problemas relativos às instalações da planta ou de qualidade do produto".
A Minerva Foods disse que a produção de carne para os Estados Unidos segue em ritmo normal. "O volume produzido pela planta temporariamente suspensa pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento por não conformidade decorrente da identificação alguns cortes com marcas de vacina aplicadas nos bovinos (que não oferecem risco à saúde das pessoas) foi realocado para outras unidades. A companhia segue os mais rígidos padrões de qualidade e segurança alimentar em todos os países onde atua".
A empresa informou ainda que intensificou os controles para retomar a operação desta planta para os EUA o mais rápido possível.
A Marfrig Global Foods disse em nota que conta com "um rigoroso processo de garantia de qualidade para os produtos que são vendidos no mercado nacional e internacional. A empresa esclarece que já está tomando todas as providências necessárias para atender as exigências do mercado americano nos seus processos produtivos e está atendendo a todas as etapas existentes estabelecidas pelo Ministério da Agricultura de forma técnica e imediata, visando o retorno dessas plantas para exportação para este mercado".