O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) promove nesta quinta-feira (25) manifestação para cobrar a liberação de financiamentos para a produção da agricultura familiar e educação nos acampamentos e assentamentos. As atividades se concentram em frente à agência do Banco do Brasil localizada no Calçadão, onde houve audiência com o gerente regional da instituição bancária.
A ação reúne representações de acampados e assentados de dez municípios e tem como reivindicações principais mais investimento e crédito para a agricultura familiar, investimento para a educação no campo e verba para assentar as famílias acampadas.
Com o lema “Para o Brasil alimentar, Reforma Agrária Popular”, o MST promove nesta semana, até o sábado (27), um conjunto de ações na Jornada Nacional por Alimento Saudável e Reforma Agrária. A iniciativa acontece no marco do Dia do Trabalhador e da Trabalhadora Rural e do Dia Internacional da Agricultura Familiar, ambos comemorados nesta quinta.
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No Paraná, a primeira mobilização ocorreu nesta quarta-feira (24) em Querência do Norte, no Casarão da Cooperativa de Comercialização da Reforma Agrária Avante (COANA). O encontro reuniu cerca de 70 camponeses, vindos de 14 comunidades de assentamentos e acampamentos de Querência do Norte e de Santa Cruz de Monte Castelo.
Além de Londrina, ainda estão previstas mobilizações em Ivaiporã, Cascavel, Catanduva, São Miguel do Iguaçu, Matelândia, Diamante D'Oeste e Mariluz, até o final da semana.
Jornada nacional
A Jornada, que ocorrerá em 24 estados onde o MST está organizado, reafirma a Reforma Agrária como uma política fundamental para combater a fome, mas que necessita de investimento público. Por isso, as ações denunciam o orçamento abaixo do necessário para agricultura familiar e camponesa, enquanto o agronegócio recebe grandes volumes de investimentos.
O Plano Safra 2024/2025, dirigido ao agronegócio, e o Plano Safra da Agricultura Familiar, liberou R$ 475 bilhões em crédito, sendo R$ 400,58 bilhões para os grandes empresários e apenas R$ 74,98 bilhões para os pequenos agricultores.
É neste cenário que a Jornada posiciona, através da luta, temas para fortalecer a produção de alimentos saudáveis no país. O acesso à terra é uma das pautas centrais e cobra a garantia do assentamento a todas as famílias acampadas, além de realizar o cadastramento até dezembro de 2024 e o acesso a um fomento inicial/emergencial para a produção de alimentos das mesmas. O MST contabiliza o número de mais de 60 mil famílias acampadas em todo o país.
Outra pauta é o fortalecimento da produção de alimentos saudáveis, a partir da liberação de crédito, garantindo o acesso de todas as famílias assentadas ao Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar) A, de maneira permanente e contínua. Além disso, o Movimento Sem Terra cobra a ampliação do orçamento nacional para o PAA (Programa de Aquisição de Alimentos).
A Jornada cobra também a garantia de recursos para construção de moradias nos assentamentos. De acordo com o MST, existe um déficit de 100 mil novas casas para serem construídas e 400 mil moradias para reforma. Já na educação, os Sem Terra cobram a liberação de recurso no valor de R$ 120 milhões para o Pronera (Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária). O valor será direcionado para 78 cursos já aprovados pelo programa.