Que o ecossistema de inovação do Norte do Paraná é um dos melhores do Brasil em setores como no agronegócio é um fato inquestionável. Assim como também é digno de menção o importante trabalho realizado por diversas entidades e o Poder Público para alavancar os negócios.
Uma iniciativa bastante relevante nesse sentido é o trabalho realizado pela Prefeitura de Ibiporã. Além de criar uma estrutura dedicada a cursos, treinamentos e outros instrumentos de ensino, o poder público ibiporãnense criou uma incubadora e estabeleceu parcerias com outras entidades para fortalecer o segmento de startups. Mas o que mais me chama a atenção é o trabalho dirigido aos pequenos empreendedores.
Sabemos que micro e pequenas empresas geram 80% dos empregos no Brasil. Esses pequenos negócios são os grandes responsáveis por fazer a economia girar, sobretudo em cidades de menor porte. Também são essas firmas de menor porte que mais necessitam de inovação, já que foram profundamente impactadas pelas novas tecnologias e estão mais sujeitas às oscilações da economia por terem um menor “colchão” de recursos e crédito.
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Apesar disso, os micro e pequenos empreendedores nem sempre estão a frente no fomento à inovação. Pelo contrário, as startups recebem uma atenção muito maior. Por exemplo, as startups têm acesso a recurso público em forma de subvenção econômica, ao passo que os micro e pequenos empreendedores não. Meus detratores dirão em sua defesa que as startups geram inovação por meio de novas tecnologias, o que traz um retorno maior para a sociedade em forma de impostos e tudo mais. Nesse cenário pergunto: e o retorno que os micro e pequenos empreendedores geram para a sociedade empregando as pessoas mais humildes e vulneráveis, também não tem relevância?
Não desejo criar uma animosidade entre startups e micro e pequenos empreendedores, mas destacar que estes últimos também precisam de ações focadas nas necessidades deles, como incubadoras sociais. Já disse em outras colunas e reitero: dá para contar nos dedos da mão o número de incubadoras sociais no estado do Paraná. Assim como também dá para contar nos dedos da mão os projetos e programas que trazem oportunidades para micro e pequenos empreendedores da mesma forma que as startups nos municípios. Se levarmos em conta políticas públicas em nível de estado, o cenário é o mesmo. Sem dúvida que existem iniciativas absolutamente relevantes, como o próprio Programa Empreende Mais do Governo do Estado, no qual dei aulas para esses empreendedores. Contudo, precisamos avançar.
Essas pessoas, como essas que estão comigo na foto, ajudam a manter muitas famílias e têm um potencial de crescimento muito grande, inclusive de gerar novas tecnologias, se receberem mentoria, acesso a recursos por baixo custo ou em forma de subvenção econômica, uma rede de apoio e orientação adequada. Tudo isso está nas incubadoras sociais. Estou há alguns anos estudando e trabalhando para convencer as autoridades a investirem nessa proposta. Vamos continuar assim até que elas se tornem realidade ;)
*Lucas V. de Araujo: PhD em Comunicação e Inovação (USP).
Jornalista Câmara de Mandaguari, Professor UEL, parecerista internacional e mentor de startups.
@professorlucasaraujo (Instagram) @professorlucas1 (Twitter)