O Leilão Top Milk, realizado na tarde de sábado (6), na ExpoLondrina, foi um sucesso de público e de comercialização, marcando o início de uma série de leilões que promete movimentar o setor agropecuário nos próximos dias. Dos 29 animais expostos, foram comercializadas 14 fêmeas das raças girolando e holandês por R$ 152.180,00, a uma média de R$ 10,8 mil. A vaca com maior custo foi Shakira, da raça holandesa PO, comercializada por R$ 14,7 mil.
O proprietário da Neo Rural Leilões Ltda, Elton Aparecido Baccarin, que organizou o evento promovido pela Laticínios Volpato, comemorou os resultados e destacou a qualidade genética dos animais e a confiança do setor neste tipo de evento. “Foi excelente, ficamos satisfeitos e nossa expectativa é que os próximos serão ainda melhores”, afirmou. Os animais expostos pertencem às propriedades de Rubens Chaves, Nelson Ribas e Denzo Komagome.
“Ficamos muito satisfeitos em ver a pecuária de leite retornando com força à programação presencial da ExpoLondrina”, afirma o Diretor de Pecuária da Sociedade Rural do Paraná (SRP), Luigi Carrer Filho. Ele explica que o gado de leite tem um protocolo sanitário distinto dos animais de corte, com cuidados mais rigorosos. “Os exames são realizados com maior frequência em animais de qualidade excepcional, o que torna mais desafiador para a atividade leiteira organizar um evento desse porte. Participam hoje mais de 100 famílias neste recinto”, disse Luigi.
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Durante a semana, ocorrerão diversos leilões, incluindo mais um de gado leiteiro, um de equinos, um de ovinos e oito de gado de corte. Destes últimos, três serão virtuais e cinco presenciais, abrangendo gado geral, gado de campo e animais de elite genética, que possuem um valor agregado. Será um leilão diferenciado, focado em reprodutores e matrizes.
Palestra técnica
Pela manhã houve palestras técnicas sobre gado leiteiro. Entre os palestrantes, o médico veterinário Gilmar Sardori Júnior, da Consultoria Milk Work, falou sobre o Projeto Mais Leite, desenvolvido pela Laticínios Volpato, que visa prestar assistência gratuita a 195 pequenos produtores que entregam seus produtos ao laticínio. A iniciativa tem por objetivo apoiar os produtores, garantindo que todos tenham acesso a serviços e que melhorem a qualidade e a produtividade do leite produzido nas propriedades rurais.
“Com uma equipe de técnicos especializados que realizam visitas regulares, é possível identificar e resolver uma variedade de problemas que podem afetar a produção, desde questões profissionais até problemas estruturais nas propriedades”, afirma Sardori. Segundo ele, o acompanhamento contínuo e a consultoria especializada são fundamentais para o desenvolvimento sustentável da produção, pois o impacto positivo contribui para a melhoria da qualidade dos produtos e sanidade dos animais.
Entre os principais desafios para os produtores de leite, o médico veterinário cita a mastite, uma inflamação da glândula mamária, que afeta tanto a saúde dos animais quanto a eficiência da produção. O manejo adequado é importante para prevenir essa condição, que inclui práticas de ordenha higiênicas, manutenção correta do equipamento de ordenha e monitoramento da saúde do rebanho. “A mastite clínica é visível e pode ser tratada, mas a subclínica é mais insidiosa e pode reduzir a produção de leite sem sinais óbvios, em mais de 10%. A prevenção é a melhor estratégia, envolvendo boas práticas de manejo e atenção constante à saúde do rebanho para manter a produção leiteira eficiente e rentável.
Produtor de leite
A propriedade de Diones Leal Warmeling, na comunidade Vila Nova, no município de Pitanga tem 30 animais em lactação, mais 30 novilhas desmamando. Com uma produção diária de 600 litros por dia, foi o primeiro produtor a abrir as portas da propriedade para projeto Mais Leite da Volpato. Os consultores acompanham a propriedade há um ano e meio e Leal diz que já teve excelentes resultados. “Saí de uma produção de 1 mil litros para 1,4 mil litros a cada dois dias. Então, tive um aumento de mais de 200 litros”, comentou.
Segundo Diones Leal, os consultores fizeram poucos ajustes na propriedade e o resultado já é satisfatório. “Uma das coisas que eu fazia errado, por exemplo, era relacionado à nutrição. A vaca precisa de mineral e eu estava usando o mineral errado, na quantidade errada. A dieta ajustada estimula o animal a produzir mais leite”, disse. Pelas projeções e estimativas dos consultores, Leal acredita que deverá chegar a uma produção de 900 litros por dia, num período de três meses, por conta do inverno. Além da compra de minerais, ele investe também em forrageiras de inverno para dispor de silagem o ano todo, especificamente neste período.