Após um 2020 de forte queda na economia internacional, o IED (Investimento Estrangeiro Direto) global teve uma forte recuperação em 2021, mas a retomada se deu de forma desigual, e o Brasil ainda não voltou ao nível pré-pandemia, segundo a Unctad (Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento).
De acordo com o monitor da Unctad publicado na quarta-feira (19), os fluxos globais de investimento estrangeiro direto tiveram forte recuperação em 2021, ao subir 77%, para cerca de US$ 1,65 trilhão (R$ 9,07 trilhões), superando o nível pré-Covid.
No caso do Brasil, o IED mais que dobrou no ano passado, para US$ 58 bilhões (R$ 318,8 bilhões), mas vindo de um patamar baixo em 2020 (US$ 28 bilhões ou R$ 153,9 bilhões), segundo a agência da ONU (Organização das Nações Unidas). O relatório também ressalta que as entradas de investimento estrangeiro no país se recuperaram, mas permaneceram um pouco abaixo do nível pré-pandemia.
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As economias desenvolvidas tiveram o maior aumento de longe, com o IED atingindo cerca de US$ 777 bilhões (R$ 4,27 trilhões) em 2021 -três vezes o nível de 2020, mostra o relatório.
Os investimentos nos Estados Unidos mais do que dobraram, influenciados por um aumento nas fusões e aquisições.
Já nas economias em desenvolvimento, os fluxos do IED aumentaram 30%, para quase US$ 870 bilhões (R$ 4,78 trilhões), com uma aceleração do crescimento no leste e no Sudeste Asiático (20%), uma recuperação para níveis próximos aos de antes da pandemia na América Latina e no Caribe, e um aumento na Ásia Ocidental.
"A recuperação dos fluxos de investimento para os países em desenvolvimento é encorajadora, mas a estagnação de novos investimentos em países menos desenvolvidos e em setores da indústria importantes para as cadeias produtivas –como eletricidade, alimentos ou saúde– é motivo de preocupação", disse a secretária-geral da Unctad, Rebeca Grynspan.
O relatório também diz que a confiança dos investidores é crescente no setor de infraestrutura, apoiada por condições favoráveis de financiamento a longo prazo, pacotes de estímulos de recuperação e programas de investimento no exterior.
Os financiamentos internacionais de projetos aumentaram 53% em número e 91% em valor, com avanços consideráveis na maior dos países ricos, na Ásia e na América Latina e Caribe.
O relatório não discute os desafios para o investimento em 2022, mas analistas apontam um cenário de turbulência, com a eleição em outubro, os desdobramentos da nova variante do coronavírus e seus impactos na economia global.