Com o aumento da expectativa de vida não apenas no Brasil, mas em escala global, a sociedade tem sido palco de encontros inéditos entre diferentes gerações. Esse fenômeno da maior longevidade tem alcançado famílias, empresas e a sociedade como um todo, moldando uma nova dinâmica social.
Atentas a essa transformação, as empresas têm redirecionado seus investimentos para promover a inclusão de diversas faixas etárias em seus quadros de funcionários, acolhendo a geração silenciosa (54-74), baby boomers (37-54), millennials (17-36) e geração Z (7-16).
Para os gestores e líderes de Recursos Humanos, a interação entre essas distintas gerações pode conferir uma vantagem competitiva significativa, fortalecendo a cultura corporativa e impulsionando a maturidade, criatividade e inovação no ambiente de trabalho.
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Essa prática, encarada como um caminho para a diversidade, ganha cada vez mais destaque impulsionada pelas abordagens de ESG (Environmental, Social e Governance), trazendo consigo ganhos expressivos em produtividade e, por conseguinte, receita.
Rafaela Garcia Sardi, professora do Curso de Psicologia da Faculdade Anhanguera, enfatiza a importância crucial da diversidade nas empresas nos dias atuais. "Uma organização que busca respeito e competitividade deve abraçar a amplitude desse conceito", destaca.
A especialista ressalta ainda que a possibilidade de aproveitar múltiplos pontos de vista no gerenciamento de demandas e solução de problemas tem sido um fator decisivo para as áreas de Recursos Humanos e Gente & Gestão adotarem propostas mais inclusivas e flexíveis no processo de contratação, afastando-se dos estereótipos relacionados à idade.
Sardi também salienta que equipes intergeracionais trazem consigo uma variedade de conhecimentos, complementaridade entre seus membros e uma melhoria significativa no clima organizacional.
Nesse sentido, uma pesquisa conduzida pela Gupy constatou um aumento expressivo de 217% na contratação de profissionais entre 40 e 50 anos em 2021, em comparação com o ano anterior, projetando-se que esses números continuarão crescendo, especialmente com a perspectiva de um mercado em expansão e promissor no futuro.
Entretanto, mesmo diante desses avanços, é essencial encarar uma realidade ainda cruel para as mulheres nesse contexto. Apenas de 3% a 5% das grandes empresas contratam mulheres entre 40 e 50 anos, evidenciando desigualdades persistentes.
De acordo com Sardi, embora as discussões sobre diversidade no mercado de trabalho estejam em ascensão, é crucial compreender as características de cada geração, para que cada aprendizado seja valorizado e respeitado.
"Cada indivíduo tem sua própria história de vida e pode contribuir de forma significativa com sua subjetividade. É fundamental que as instituições, incluindo as empresas, abracem essa compreensão para que o preconceito seja confrontado diante da diversidade etária em nossa sociedade", conclui.