Trazemos hoje a segunda parte da entrevista que realizei com o secretário de Estado da Agricultura e Abastecimento do Paraná (SEAB), Norberto Ortigara. Reiniciaremos a entrevista a partir da primeira pergunta da entrevista, cuja primeira parte publicamos na semana anterior:
1) O setor agrícola paranaense se destaca no desenvolvimento de inovação. Porém, nem sempre essa inovação chega na agricultura familiar. Dentre as razões, estão dificuldade de a extensão rural pública realizar transferência e difusão de tecnologia, linhas de crédito subsidiadas para aquisição de novas tecnologias, infraestrutura de telecomunicações e até inovações pensadas exclusivamente para pequenas propriedades, já que a maioria das novas tecnologias são direcionadas às grandes propriedades. Como a Secretaria de Agricultura do Paraná vem lidando com esses desafios?
O Paraná tem 98% de eletricidade gerados a partir de fontes de energia limpa, ainda muito dependente do sistema hídrico. Mas nós temos evoluído de forma eficiente na implantação de sistemas de placas solares fotovoltaicas. O próprio estado assume parte do custo do dinheiro ou integralmente, conforme o tamanho do agricultor, por meio dos programas Banco do Agricultor Paranaense e RenovaPR.
Leia mais:
Mega-Sena sorteia prêmio acumulado em R$ 95 milhões nesta terça-feira
Secretaria do Trabalho divulga mais de mil oportunidades de emprego em Londrina
Semana começa com 22,3 mil vagas de emprego em todo Paraná
Médicos devem se preocupar com a experiência do cliente
O que estava um pouco represado era o aproveitamento da montanha de dejetos animais ou de biomassa que produzimos no Paraná, já que nós somos grandes produtores de leite, de porco, de frango, produtos que geram muitos dejetos. E nós, por avanço da tecnologia e dos modelos de negócios desenvolvidos, incentivamos agora a produção de biogás para uso térmico e elétrico, ou refino para geração de biometano e uso equivalente ao gás natural em tratores e caminhões, com o desafio futuro de produzir hidrogênio para a produção de fertilizantes, de ureia verde etc.
Já temos aí dezenas de unidades funcionando, e acredito que isso vai evoluir de forma bastante consistente, ajudando inclusive a reduzir ou mitigar passivos ambientais que temos na forma de excesso de dejetos, especialmente na suinocultura.
O Paraná também desenvolveu o seu programa de Agricultura de Baixo Carbono, que é uma contribuição à mitigação dos gases de efeito estufa e que tem mais de 10 ferramentas disponíveis. Destaco aqui o plantio direto de qualidade, integração lavoura-pecuária-floresta, cultivo florestal, bioinsumos, plantio direto em hortaliças e terminação de animais em prazo mais curtos. Temos metas estabelecidas para cada uma dessas ferramentas.
Por fim, mas não menos importante, estamos conversando e já partindo para as últimas definições em relação à realização de concurso público para a contratação de mais de 400 servidores para o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – Iapar-Emater (IDR-Paraná). Vamos fortificar tanto a pesquisa quanto a extensão rural, a capacidade de atendermos de forma eficiente e atualizada em termos de tecnologia os produtores rurais.
Continua na próxima semana...
Desejo um Feliz Ano Novo a todos meus queridos leitores ;)
*Lucas V. de Araujo: PhD em Comunicação e Inovação (USP).
Jornalista Câmara de Mandaguari, Professor UEL, parecerista internacional e mentor de startups.
@professorlucasaraujo (Instagram) @professorlucas1 (Twitter)