Setores produtivos da economia nacional preveem um período de grandes dificuldades pela frente, em razão da nova alta dos combustíveis, aplicada a partir de sexta-feira (11). Sob a justificativa da guerra entre Rússia e Ucrânia, que elevou o preço do barril de petróleo para US$ 140, a Petrobras aumentou em 18,8% o preço da gasolina e em 24,9% o do diesel. Somados aos reajustes anteriores, os novos preços podem inviabilizar o exercício de algumas atividades enquanto outras temem prejuízos à produção e perda de competividade.
O setor de transporte rodoviário de cargas, um dos mais impactados pelos aumentos sucessivos dos combustíveis, vê com muita preocupação o futuro da atividade. Sem uma definição no STF (Supremo Tribunal Federal) sobre a aplicação da tabela de frete mínimo, os caminhoneiros têm observado uma redução gradual de sua margem de lucro, o que dificulta cada vez mais o exercício da profissão.
Presidente do Sindicato de Transportes Rodoviários Autônomos de Bens de Londrina e Região, Carlos Roberto Dellarosa afirmou que nos próximos dias muitos caminhoneiros deverão deixar as estradas não em protesto contra os aumentos dos combustíveis, mas por impossibilidade de se manter na atividade. Segundo ele, o diesel, que representava em torno de 60% dos custos dos motoristas, com a última alta terá impacto de 80%. “Isso daí é a morte para os caminhoneiros. Eles vão parar porque não conseguem pagar para trabalhar.”
Entre março e abril, quando o maior volume da produção nacional de soja é transportado para os portos do país, os agricultores talvez tenham de enfrentar a falta de profissionais para fazer o escoamento da safra. Dellarosa cobra uma revisão significativa nos valores dos fretes pagos aos caminhoneiros e um posicionamento do governo federal no sentido de conter os aumentos. “O governo tem que tomar uma providência urgente porque se não quebrar o país, vai haver uma inflação altíssima no nosso país porque o consumidor final vai pagar essa conta.”
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