A FAB (Força Aérea Brasileira), por meio do Decea (Departamento de Controle do Espaço Aéreo), confirmou em nota à FOLHA que a inauguração do ILS (Instrument Landing System, ou Sistema de Pouso por Instrumentos, em português) do Aeroporto de Londrina está mantida para o dia 10 de dezembro, data em que o município completa 91 anos.
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Na semana passada, após reunião com a Motiva, concessionária responsável pela administração do Aeroporto Governador José Richa, o prefeito Tiago Amaral (PSD) afirmou que o cronograma para início da operação ainda em 2025 está mantido.
De acordo com o Decea, as obras de infraestrutura já foram concluídas e “no momento ocorre a montagem do equipamento ILS”.
“Seguindo o cronograma previsto, na sequência serão realizados os testes técnicos e operacionais, finalizando com o voo de homologação, que será conduzido por aeronave da Força Aérea Brasileira”, afirma o departamento, sem detalhar essas datas. Em manifestações anteriores, o Decea previa o voo de homologação entre os dias 16 e 22 de novembro.
O ILS é considerado indispensável porque auxilia as aeronaves em procedimentos de aproximação e pouso, especialmente em condições meteorológicas adversas, aumentando a segurança operacional e assegurando maior regularidade dos voos. É uma demanda que se arrasta há décadas em Londrina.
A FOLHA apurou que os dois principais componentes do sistema estão sendo instalados: as antenas localizer e glide slope. As primeiras, instaladas próximas à cabeceira da pista, emitem o sinal que indica o alinhamento com o eixo da pista; as segundas fornecem o sinal de inclinação para a rampa de aproximação. As próximas etapas são a calibração em solo e a inspeção em voo pela Aeronáutica.
A carta de procedimento de aproximação por instrumentos, documento técnico que orienta pilotos e tripulações, já foi publicada.
No entanto, ainda há uma pendência, conforme explica o especialista em segurança de voo pelo Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) Moisés Dornelles. Segundo ele, a Aeronáutica publicou um documento restringindo o uso do sistema até fevereiro de 2026.
“Através desse documento atual, não é possível realizar o procedimento ILS pelos tripulantes”, afirma Dornelles, ressaltando que esse tipo de restrição é comum e costuma servir para validação dos testes conduzidos pela Aeronáutica, pois se trata de um sistema de precisão.
“Ou seja, os equipamentos estarão instalados e funcionais, porém, se essa restrição não cair, os pilotos não têm condições de utilizar esse procedimento.”
O especialista pondera, contudo, que o prazo pode ser alterado e a restrição suspensa antes do previsto, possibilitando o uso do ILS em dezembro.
Repercussão
A presidente da Acil (Associação Comercial e Industrial de Londrina), Vera Antunes, afirmou, em nota, que o ILS representa um ativo estratégico capaz de gerar transformações significativas para o desenvolvimento regional.
“Com o sistema em funcionamento, haverá redução de cancelamentos e atrasos de voos, que hoje prejudicam passageiros e empresas. A previsibilidade proporcionada é um fator decisivo para atrair investimentos, ampliando as oportunidades de negócios e a geração de empregos”, disse Antunes. “Mas, como esperamos há tanto tempo, mesmo confiando na palavra das autoridades, vamos manter a vigilância até que o equipamento esteja em funcionamento.”
A SRP (Sociedade Rural do Paraná) manifestou “reconhecimento e satisfação” com a confirmação, por parte do Decea, da inauguração do sistema em dezembro.
“Para a SRP, o funcionamento do sistema trará impactos diretos e positivos na segurança e regularidade dos voos de empresários, técnicos, investidores e visitantes, especialmente durante grandes eventos, como a ExpoLondrina”, destacou em nota.