Os combustíveis deverão ficar mais caros a partir desta terça-feira (11). O percentual do aumento ainda não está definido, mas o Sindicombustíveis-PR (Sindicato dos Revendedores de Combustíveis e Lojas de Conveniências do Estado do Paraná) confirmou que a alta chegará às bombas nesta semana em razão do reajuste do produto nas distribuidoras.
A elevação de preços é decorrente da entrada em vigor, nesta terça-feira, da Medida Provisória 1227/24, editada pelo governo federal. A medida altera a compensação decréditos e PIS/Cofins, ferramenta tributária comumente utilizada pelas companhias distribuidoras.
O movimento de majoração dos preços foi iniciado na última sexta-feira (7), quando a rede Ipiranga encaminhou um comunicado aos donos de postos de combustíveis do país informando sobre o reajuste no etanol, gasolina e diesel a partir desta terça. A nota fala em "efeito imediato" da MP. Segundo o Sindicombustíveis-PR, as outras redes de distribuidoras seguiram a Ipiranga.
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O sindicato, no entanto, não antecipou o percentual de reajuste. "A dimensão das elevações ainda não foi divulgada pelas distribuidoras", afirmou a entidade, em nota.
O IBP (Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás) calcula que o impacto da mudança promovida pela MP será de, pelo menos, R$ 10 bilhões, o que pode acarretar em reajustes entre 4% e 7% no preço da gasolina. No diesel, o impacto seria de 1% a 4%.
Se confirmados esses percentuais, os motoristas podem preparar o bolso. O preço do litro da gasolina poderá subir cerca de R$ 0,30 e o do diesel, R$ 0,23.
Presidente do Recap (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Campinas), Emílio Roberto Chierighini Martins disse que representantes de outras distribuidoras estão comunicando verbalmente sobre os aumentos entre terça e quarta-feira.
"Como é uma recuperação de imposto (o mecanismo de compensação do PIS/Cofins), eles vão ter que pagar, porque não podem mais usar o crédito. Com certeza, não vai ficar no bolso deles, claro que vão repassar", disse o presidente do Sincopetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo), José Alberto Paiva Gouveia.
A partir do momento em que a medida provisória entra em vigor, as empresas já terão de desembolsar mais dinheiro do seu caixa para bancar todas essas obrigações tributárias no próximo dia 20 de junho.
Martins avalia que os avisos de que os preços vão subir são um exagero das distribuidoras, uma vez que o preço não subiu, de fato. Comunicar que haverá reajuste no valor seria, então, uma medida de pressão ao governo. "Estou achando um tremendo absurdo, mesmo achando a medida inconstitucional. A MP não está impedindo o ressarcimento, as distribuidoras só vão ficar com um estoque maior", afirmou. Para os postos, o efeito é imediato, assim como para o consumidor. "Nós não pagamos impostos. Imposto é preço."
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