O anúncio da dispensa de licitação para entes federativos que comprarem itens que deixaram de ser exportados aos Estados Unidos após o tarifaço trouxe um certo alívio para produtores paranaenses. Eles consideram válida a iniciativa, mas ainda tentam entender como será a sua implementação.
Na última segunda-feira (25), o governo federal divulgou uma lista de alimentos perecíveis que poderão ser adquiridos pela União, estados, Distrito Federal e municípios para abastecer órgãos e instituições públicas e formar estoque. Com dificuldades diplomáticas para negociar com os EUA, a medida é uma tentativa de amenizar os prejuízos decorrentes da taxação de 50% imposta por Donald Trump aos produtos brasileiros
Impacto no Paraná: pescados e mel
Na lista estão incluídos itens relevantes na pauta de exportações do Paraná, como os pescados e o mel. Os peixes foram o quinto principal produto do agronegócio paranaense comercializado com os EUA em 2024. As vendas de pescados aos norte-americanos somaram US$ 34,33 milhões. Os produtos apícolas ficaram na 12ª posição, com US$ 7,41 milhões.
Arapoti, município de 25 mil habitantes localizado nos Campos Gerais, é o maior produtor de mel do Brasil e deve ser um dos mais afetados pelo imposto dos EUA. O setor apícola, formado por 326 produtores, quase todos da agricultura familiar, produziu pouco mais de 900 toneladas do alimento no ano passado, o equivalente a R$ 11 milhões. Quase 80% desse volume teve como destino o mercado norte-americano. A reportagem entrou em contato com a associação local de apicultores, mas não obteve retorno.
Produtores aprovam socorro, mas querem clareza
A Associação Peixe Paraná avaliou a iniciativa do governo federal como positiva. “O governo é o maior comprador do Brasil, portanto os volumes podem ser significativos e poderão aliviar os estoques disponíveis”, disse o presidente da entidade, Valério Angelozi.
Por se tratar de um modelo novo, no entanto, o presidente da associação afirmou que será necessário acompanhar a implementação da medida, especialmente em relação às regras, para que os produtores de pescado possam atender as demandas dos entes públicos.
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