Proprietários de bares, restaurantes e casas noturnas no Paraná estão preocupados com os efeitos dos casos de intoxicação por metanol no caixa de suas empresas. Após o aumento no país do número de relatos de pessoas que passaram mal devido ao consumo de bebidas alcoólicas adulteradas, estabelecimentos já registraram queda no movimento de clientes ou redução no consumo de destilados nos últimos dias.
Dono do restaurante Brasiliano e do bar Orestes, Marcelo Camargo percebeu uma diminuição no número de frequentadores no bar ao longo da semana passada. “As pessoas querem beber uma caipira, um coquetel, mas no momento, não se sentem seguras, então acabam deixando de sair de casa”, disse ele. “No Brasiliano, pelo fato de a nossa venda de pratos ser bem superior à de bebidas, não houve queda. E também porque, no Brasiliano, as bebidas mais consumidas são os vinhos, que têm uma probabilidade quase nula de contaminação.”
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Camargo ainda não calculou e nem consegue estimar o percentual de redução no número de clientes. “Vai depender muito do número de casos de contaminação. Conforme for diminuindo, a segurança volta a aumentar e a normalidade se restabelece.”
No Valentino, também dimiminuiu o fluxo de clientes nos últimos dias, mas o proprietário, Valdomiro Chammé, não soube avaliar se o movimento caiu naturalmente pela virada do mês ou se teve outra motivação. “Não percebemos se houve migração de consumo dos destilados para as bebidas frias. Mas o movimento caiu um pouco, não sei se por essa razão (contaminação por metanol) ou por eventos concorrentes”, afirmou. “Nas próximas semanas, vai dar para saber.”
Segundo a Abrabar (Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas), os estabelecimentos comerciais não registraram queda significativa no número de frequentadores, mas no consumo de destilados, que foram substituídos por chope e cerveja. “Caíram 30% as vendas de destilados e aumentaram mais de 40% as de chope e cerveja, o que impacta o faturamento porque o lucro com os destilados é maior”, disse o presidente da associação, Fábio Bento Aguayo. “Aos sábados, é tradição comer feijoada e tomar caipirinha, mas nesse sábado, teve estabelecimento que não vendeu nenhuma caipirinha. Em outros, saíram só duas ou três.”
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