Com uma população cerca de 27% menor do que a de Londrina, Maringá reúne indicadores de desenvolvimento mais positivos. Segundo o IFDM (Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal), o município da Região Noroeste sai na frente quando o assunto é educação, saúde, emprego e renda. Em 2023, o IFDM de Maringá ficou em 0,8814 enquanto em Londrina foi de 0,8341. O índice varia de 0 a 1, sendo que quanto mais próximo de 1, maior o desenvolvimento socioeconômico da localidade. Pelo recorte de emprego e renda, Maringá atingiu o nível máximo no ano computado.
O Firjan considera altos em desenvolvimento os municípios pontuados acima de 0,8, o que coloca as duas cidades em condição de igualdade, apesar da ligeira vantagem observada em Maringá.
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Quando comparados os PIBs (Produto Interno Bruto) dos dois municípios, Maringá também se destaca. Em 2021, a renda per capita dos maringaenses foi calculada em R$ 51.909 ante R$ 40.637 em Londrina, uma diferença de mais de 20%.
Ações conjuntas
Mas muito além de alimentar antigas rixas entre londrinenses e maringaenses, os dados podem ser lidos de uma outra forma e ser usados como ponto de partida para o planejamento de ações conjuntas entre os dois municípios. Londrina e Maringá ocupam, respectivamente, a segunda e a terceira colocações no ranking das cidades mais populosas do Paraná, atrás apenas de Curitiba, o que aponta para um enorme potencial de crescimento econômico e social a partir do trabalho em cooperação, com o estímulo e desenvolvimento das melhores competências de cada uma.
É isso o que defende o ex-prefeito de Maringá (2017-2024) e atual secretário de Estado do Planejamento, Ulisses Maia. Deixar as divergências com Maringá de lado e olhar para as regiões Norte e Noroeste do Paraná como uma grande potência a ser impulsionada no interior do Estado pode ser o primeiro passo para colocar Londrina, definitivamente, na rota do crescimento econômico e social.
Essa foi uma das sugestões de Maia apresentadas durante palestra realizada aos membros do Fórum Desenvolve Londrina, na última quinta-feira (24). Em 2025, o fórum elegeu o PIB per capita do município como tema a ser debatido ao longo do ano.
Exemplos
“Eu sempre defendi que as duas cidades não podem concorrer uma com a outra. Elas têm que se unir e pensar todo o Norte do Paraná como um território de desenvolvimento nas mais variadas áreas econômicas”, sugeriu Maia.
A exemplo de Curitiba e região metropolitana da capital e do Oeste paranaense, onde cidades importantes, como Foz do Iguaçu, Cascavel e Toledo, uniram esforços com o objetivo do fortalecimento econômico das regiões, Londrina e Maringá só teriam a ganhar, apontou o secretário.
Algumas ações pontuais nesse sentido já foram realizadas. Um exemplo é a aliança estratégica formada entre as duas cidades para alavancar o setor de TIC (Tecnologia da Informação e Comunicação). A aliança reuniu as prefeituras de Maringá e de Londrina, as associações comerciais das duas cidades e contou com o apoio da Fiep (Federação das Indústrias do Estado do Paraná), da Faciap (Federação da Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná) e do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas).
Estender essa parceria para os demais setores econômicos dependeria, primordialmente, de uma ação política, avaliou o secretário. “Uma coisa é a sociedade civil organizada atuar, os empresários estarem juntos. Mas eles têm que estar junto com os gestores.”
Nos oito anos em que esteve à frente da prefeitura de Maringá e agora, como secretário de Estado no governo de Ratinho Junior (PSD), Maia disse que o trabalho sempre foi direcionado à consolidação da união entre Londrina e Maringá. Um dos projetos atuais da Secretaria do Planejamento envolve o trabalho conjunto com a Secretaria de Inovação e Inteligência Artificial, comandada por Alex Canziani. “Mandamos um projeto para o MIT (Instituto de Tecnologia de Massachussets) para conseguir apoio para capacitar e treinar territórios para se destacar em nível mundial”, explicou o secretário.
“Penso que essa união Maringá-Londrina consolida um grande polo de desenvolvimento do Estado. Se você somar os números e os PIBs de Maringá e de Londrina juntas, com todos os municípios do entorno, somos semelhantes a um país superdesenvolvido”, comparou Maia.
Unir os dois municípios para consolidar um bloco de atração de investimentos, afirmou o secretário, contribuiria para o desenvolvimento social e econômico de todo o Norte e Noroeste paranaense. “A partir daí, só avança, porque o que você traz para o Norte vai ser dividido entre toda essa região.”
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