O cenário de incertezas sobre o futuro da previdência social chama atenção dos jovens que nem sempre se preocupam com a aposentadoria. Para evitar problemas lá na frente, o planejamento previdenciário é uma boa solução. "A aposentadoria é um evento almejado por todo cidadão, pois garante a qualidade de vida após todo o período de trabalho e no momento de velhice. Contudo, sabe-se que muitos segurados acabam sendo surpreendidos por eventos desagradáveis no momento de requerer a aposentadoria", avisa a advogada de Londrina, especialista em direito previdenciário, Renata Brandão Canella.
A burocracia que envolve o sistema previdenciário no Brasil dificulta o entendimento do trabalhador sobre seus próprios direitos. A complexidade das regras pode, inclusive, provocar uma certa repulsa em quem ainda está longe de se aposentar, como as pessoas que têm entre 25 e 30 anos. Por isso, o auxílio de profissionais especializados em direito previdenciário é tão útil quanto indispensável. "O planejamento previdenciário ou de aposentadoria pode ser caracterizado como uma projeção futura com a finalidade de orientar o segurado acerca das possibilidades de aposentadoria e qual lhe será mais vantajosa", explica Canella.
Além de traçar um panorama do futuro, o planejamento previdenciário ajuda a evitar que o trabalhador pague mais do que o necessário ao INSS ou menos que o mínimo exigido. Por exemplo, se o contribuinte passar anos pagando um valor correspondente ao salário mínimo, ele não pode esperar receber uma aposentadoria de R$ 5 mil. O mesmo raciocínio vale para quem passa a vida inteira contribuindo com o teto: não necessariamente a pessoa vai ter direito a uma aposentadoria alta. "O sistema da previdência social ainda é inconsistente e sempre ocorrem mudanças. Desta forma, o planejamento da aposentadoria evita o prejuízo do segurado se aposentar após o tempo ou antes do tempo", esclarece a especialista.
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O planejamento previdenciário também serve para garantir que o trabalhador receba o valor correto e o melhor possível de aposentadoria. Isso é feito a partir da coleta de dados e documentos referentes ao período trabalhado. "Sem um plano adequado de previdência, não há como ter uma aposentadoria digna. Por isso, o planejamento não deve ser deixado para os últimos anos que antecedem a aposentadoria", pontua Canella.
Como as regras que envolvem a Previdência Social mudam constantemente, é importante que o trabalhador comece a contribuir o quanto antes. Assim, prejuízos futuros por causa de mudanças na legislação podem ser evitados, já que o planejamento é feito em cima da consideração de alguns aspectos como: tipos de aposentadoria, tempo de contribuição, valor que o trabalhador deseja receber e fator previdenciário. "Busque informações, pesquise, conheça os seus direitos e trilhe o melhor caminho para efetivá-los. Independentemente da idade, a aposentadoria e o planejamento financeiro devem ser pensados com antecedência para que, na velhice, o cidadão possa viver da forma que sempre sonhou", aconselha Canella.