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Carnes, combustíveis e passagem aérea disparam na pandemia de Covid-19

Leonardo Vieceli - Folhapress
09 out 2021 às 14:45

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- Marcello Casal Jr/Agência Brasil
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Carnes, alimentos, combustíveis e passagem aérea. Esses são alguns itens que ilustram a disparada de preços sentida pelos brasileiros durante a pandemia do novo coronavírus.


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O cenário é retratado por um levantamento do economista André Braz, do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas).

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Para analisar a escalada da inflação, o pesquisador utilizou resultados do IPC (Índice de Preços ao Consumidor) verificados ao longo da crise sanitária, entre fevereiro de 2020 e setembro de 2021.

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A pesquisa, realizada pelo FGV Ibre, contempla sete capitais: São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife e Porto Alegre. De fevereiro de 2020 a setembro de 2021, o IPC teve variação de 11,59% em termos gerais.


No recorte por grupos, chama atenção o aumento maior e disseminado por alimentos frequentemente usados em churrascos e festas.

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Carnes bovinas (35,31%), frango em pedaços (32,62%), frango inteiro (28,21%) e carnes suínas (25,26%), por exemplo, dispararam com a demanda aquecida no mercado internacional.


Além disso, insumos usados na criação de animais, como o milho (base para rações), também ficaram mais caros. Assim, acabam gerando uma pressão adicional para os preços finais da proteína animal.

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"As carnes estão entre os vilões na pandemia. Muitos brasileiros cortaram o consumo, outros infelizmente passaram a buscar ossos para alimentação. Isso sinaliza o quão difícil está o acesso a esses produtos", analisa Braz. Como muitos ossos têm restos de carne, eles são fervidos e utilizados para complementar a refeição.


Os preços de outros alimentos frequentemente relacionados a festas e confraternizações, como salsicha e salsichão (30,65%), milho em conserva (23,66%), milho de pipoca (21,1%) e bolo pronto (14,61%), também ficaram mais altos na pandemia.

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Braz ainda chama atenção para a disparada nos valores de itens necessários para passeios e viagens.
Nesse grupo, o destaque é a passagem aérea nacional, que acumulou alta de 65% pelo IPC entre fevereiro de 2020 e setembro de 2021. O avanço, diz o pesquisador, ganhou força nos últimos meses.


"A passagem aérea subiu muito com a pressão do querosene de aviação mais caro. Além disso, a demanda por voos está aumentando. Quem tem condições de viajar, está interessado."

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Dentro do grupo de passeios e viagens, outros destaques são os combustíveis. O etanol subiu 41,43%, e a gasolina, 32,19%.


Os avanços estão relacionados ao dólar mais alto e à recuperação do petróleo no mercado internacional. Os dois fatores servem como parâmetro para a Petrobras definir o valor dos combustíveis em suas refinarias.

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A estatal, aliás, anunciou nesta sexta-feira (8) aumentos de 7,2% nos preços da gasolina e do gás de cozinha.


No levantamento de Braz, o grupo que registra altas menores nos preços do que o IPC, em termos gerais, é o de refeição fora de casa. No segmento, o avanço foi de 7,43% em bares e lanchonetes e de 7,07% em restaurantes.


Com a chegada da pandemia, essas atividades sofreram bastante e registraram forte queda na demanda. Agora, tentam reação no embalo da vacinação contra a Covid-19 e das restrições menores.​

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