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Em 2023

Brasil fica em 46º lugar de ranking de competitividade com 66 países, diz novo índice

Leonardo Vieceli - Folhapress
11 dez 2024 às 16:05

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- Wirestock no Freepik
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O Brasil ocupou o 46º lugar de um ranking que analisa dados de competitividade em 66 economias em 2023. Isso significa que, além de estar distante do topo, o país perdeu seis posições em relação a dez anos antes -figurava na 40ª colocação em 2013.


As conclusões são de um novo índice elaborado pela Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro), o IFCG (Índice Firjan de Competitividade Global), lançado nesta quarta (11).


O indicador é dividido em quatro pilares: ambiente de negócios, capital humano, eficiência do Estado e infraestrutura.


A escala do IFCG varia de um a cem. Quanto mais próximo de cem, melhor é o resultado de uma nação.
O índice brasileiro, diz a Firjan, encolheu de 44,4 em 2013 para 39,9 em 2023. A baixa foi de cerca de 10%.
Singapura (87,7) liderou o ranking do ano passado. Suíça (86) e Dinamarca (84,2) vieram na sequência. Já o Paquistão amargou o último lugar (14,5).


O Brasil ficou atrás de latinos como Uruguai (54,9) e Chile (53,5), que ocuparam a 33ª e a 34ª posições, respectivamente, em 2023. Também apareceu depois da China (13ª), da Índia (42ª) e da África do Sul (45ª), outras nações integrantes dos Brics. O país, por outro lado, está à frente da vizinha Argentina (48ª) e da Rússia (60ª).


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"O Brasil tem procurado evoluir em diversas questões, mas o indicador deixa claro que ainda falta muito para se aproximar dos países com os maiores níveis de competitividade", afirma Jonathas Goulart, gerente de estudos econômicos da Firjan.

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Além dos resultados gerais, o IFCG traz rankings específicos para cada 1 dos 4 pilares que compõem o levantamento.


Na passagem de 2013 para 2023, o Brasil só conseguiu aumentar o índice de capital humano -de 51 para 52,4. Ainda assim, o país caiu do 28º para o 33º lugar do ranking específico dessa área, já que outras economias avançaram mais no período.


Segundo a Firjan, o desempenho nacional em capital humano está associado a baixos investimentos em educação, pesquisa e desenvolvimento.


Enquanto Israel, Coreia do Sul, Suíça, Suécia e Áustria gastam em média US$ 22 mil por aluno ao ano, o Brasil destina US$ 3,7 mil, afirma a entidade.


A variável mede o total do investimento público por estudante na educação. Inclui fatores como pagamento de salários de professores, construção, reforma e manutenção de prédios escolares e compra de livros didáticos.


Em pesquisa e desenvolvimento, acrescenta a Firjan, a Coreia do Sul investe o equivalente a 4,6% do PIB (Produto Interno Bruto) ao ano, e o Brasil, somente 1,2%. A variável mede os gastos públicos e privados no setor. "Um dos graves problemas estruturais do Brasil é que as pessoas acabam não tendo acesso a uma educação de qualidade", afirma o presidente da Firjan, Luiz Césio Caetano.


"Isso vira uma barreira para que consigam melhores postos de trabalho e um gargalo para as empresas, que não conseguem mão de obra preparada para os novos tempos, à altura dos enormes desafios que as transformações tecnológicas impõem", acrescenta.


No ranking de eficiência do Estado, o Brasil ocupa apenas a 52ª colocação. O índice específico dessa área diminuiu de 32,1 em 2013 para 22 em 2023.


O pilar de eficiência do Estado é composto por variáveis de "controle da corrupção", na qual o Brasil está entre os 17 piores, "eficácia do governo", na qual está entre os oito piores, e "Estado de Direito", que aponta que a segurança jurídica e institucional brasileira é 31% menor do que a média de Dinamarca, Singapura, Suíça, Finlândia e Noruega.


No pilar de ambiente de negócios, o Brasil está na 51ª posição. O índice específico dessa área recuou de 51,8 em 2013 para 44,3 em 2023. A Firjan afirma que o país se destaca negativamente pela "baixa estabilidade política e qualidade regulatória".


Por fim, no ranking do pilar de infraestrutura, o Brasil ficou na 47ª posição. O índice dessa variável recuou de 42,5 em 2013 para 40,8 em 2023.


Em infraestrutura, a Firjan destaca, por exemplo, a taxa de investimento, calculada em 18% ao ano no Brasil. É um nível bem inferior aos da China (43%) e da Índia (33%), aponta a entidade.


Na visão de Goulart, a melhoria dos resultados brasileiros passa por avanços em políticas de Estado nas diferentes áreas, mas a base deve ser a educação. "Nosso gasto com educação é insuficiente e, sobretudo, ineficiente", diz.


De acordo com ele, os países mais competitivos chamam atenção em quesitos como acesso a ensino de qualidade, investimento em ciência, infraestrutura logística e estabilidade política.


O IFCG, aponta Goulart, busca um olhar para números além do PIB, que mede o tamanho das economias. "O PIB é importante, mas, quando a gente fala de competitividade, tem outras variáveis com relevância também."


A Firjan afirma que os dados usados no índice têm como base o Banco Mundial e a Unesco.

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