Mesmo com a elevação da tensão entre Estados Unidos e Irã, o presidente Jair Bolsonaro disse que não irá interferir no preço da gasolina e que a tendência é que o valor do combustível se estabilize.
Na entrada do Palácio do Alvorada, onde cumprimentou um grupo de eleitores, ele afirmou que o Ministério de Minas e Energia irá promover nesta segunda-feira (6) reunião com entidades de petróleo e gás para monitorar a variação de preços.
"Cai tudo no meu colo e parece que sou responsável por tudo. Querem que eu tabele. Não tem como tabelar. Nossa política não é essa. Políticas semelhantes no passado não deram certo. A nossa economia tá dando certo", disse.
O presidente reconheceu que o preço da gasolina nas bombas dos postos de gasolina está alto, mas ponderou que "não foi grande" o impacto do ataque americano sobre o valor do combustível.
Na sexta-feira (3), a cotação do petróleo negociado em Londres chegou a subir mais de 4% no início do pregão. Por volta das 15h, porém, recuou para cerca de 3,5%. Ao fim do dia, o petróleo encerrou com alta de 3,70%, cotado em US$ 68,70.
"Eu reconheço que o preço está alto na bomba. Graças a Deus, pelo que parece, a questão lá, o impacto não foi grande. Foi 5% e passou para 3,5%. Não sei quanto está hoje a diferença em relação ao dia do ataque. Mas a tendência é estabilizar", afirmou.
O presidente ressaltou que o Brasil pretende colaborar com o combate ao terrorismo global e que irá deportar suspeitos de fazerem parte de organizações criminosas internacionais.
"Nós não aceitamos o terrorismo, não interessa o lugar do mundo [em] que ele venha a acontecer", disse. "Se tiver qualquer terrorismo no Brasil, a gente entrega. É por aí", acrescentou.
Bolsonaro voltou a manifestar apoio ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e disse não ter dúvidas de que ele será reeleito neste ano. Em uma crítica indireta ao Irã, afirmou que países com artefatos nucleares podem causar instabilidade.
O presidente duvidou ainda da patente militar do general Qassim Suleimani, morto na semana passada em um ataque que deu início ao conflito entre Estados Unidos e Irã. Sem dar maiores detalhes, Bolsonaro disse que ele não é general.
"Trump vai ser reeleito, alguém tem dúvida disso? O país está indo muito bem. O desemprego lá embaixo e a economia bombando, exercendo seu poder de persuasão no mundo. Graças a Deus tem os Estados Unidos", disse. "Tem certos países, não vou falar qual, se tiver artefatos nucleares e meios para lançá-los, o mundo todo entra em instabilidade. Todos vão sofrer, sem exceção", acrescentou.
O governo iraniano anunciou no final de semana que o país vai deixar de cumprir as exigências do acordo nuclear de 2015, colocando um ponto final no pacto. Na prática, isso significa que o país não limitará mais o grau de enriquecimento de urânio que pode utilizar e nem o número de centrífugas a que tem direito.