A companhia aérea Azul irá retomar os voos diretos entre Londrina e Curitiba a partir de 24 de fevereiro de 2026. A empresa confirmou, nesta terça-feira (4), o aumento da oferta de linhas entre as duas cidades no ano que vem, mas a frequência dos novos voos não será diária. As viagens, nos dois sentidos, serão feitas somente quatro dias na semana.
Entre as companhias aéreas que operam em Londrina, a Azul é a única a manter voos diretos para a capital do Estado. Até julho, eram dois voos diários, um pela manhã e outro à tarde, nos dois sentidos. A partir de agosto, os voos da manhã, tanto no sentido Londrina-Curitiba quanto da capital para o interior, foram suspensos.
Segundo a companhia aérea, a suspensão foi uma decisão estratégica, para “ajuste de mercado”, com o objetivo de garantir a sustentabilidade das rotas e manter o equilíbrio entre oferta e demanda. Como forma de compensar a redução dos voos para a capital, a Azul aumentou, a partir de outubro, a oferta de linhas entre os aeroportos de Londrina e Campinas, principal hub da empresa, de onde os passageiros poderiam fazer a conexão para Curitiba.
A compensação, no entanto, desagradou os passageiros que viram o tempo de viagem aumentar entre cinco e 18 horas. Desde a suspensão dos voos, lideranças políticas e representantes da sociedade civil londrinense vinham tentando articular a retomada dos voos suspensos.
O anúncio do retorno dos voos foi feito pelo prefeito Tiago Amaral, ao final de uma reunião com a Motiva, concessionária que administra o Aeroporto Governador José Richa, na manhã desta terça-feira.
A Azul informou que a partir de 24 de fevereiro a companhia passará de uma operação diária entre os dois sentidos para 11 frequências semanais, com novos voos às terças, quintas, sábados e domingos. Assim, a oferta mensal de assentos irá aumentar de 3.920 para 6.860 lugares, considerando chegadas e partidas, uma alta de 75%. "A Azul tem mantido uma parceria sólida com o governo do Paraná, o que é fundamental para a expansão e o fortalecimento da nossa malha no Estado. Essa colaboração tem permitido identificar oportunidades, aprimorar a conectividade regional e impulsionar o desenvolvimento econômico paranaense, beneficiando diretamente os clientes e as cidades atendidas", afirmou o gerente de Relações Institucionais e Tributário da Azul, César Grandolfo, por meio de nota enviada pela assessoria de imprensa.
A gerente sênior de Planejamento e Malha da companhia, Beatriz Barbi, destacou que o Paraná é um "estado estratégico" para a empresa e que os novos voos contribuem "para o desenvolvimento econômico e turístico da região".
Na última sexta-feira (31), Amaral havia anunciado novos voos entre os aeroportos de Londrina e de Congonhas, em São Paulo, pela Gol Linhas Aéreas.
Procurada pela reportagem, a Gol informou que opera voos diários entre Londrina e Congonhas, somando 14 voos semanais, sendo sete em cada sentido. A companhia também disponibilizou em seu sistema de vendas um segundo voo diário entre os dois aeroportos, no período de 3 a 26 de março de 2026.
ILS
Na reunião com a Motiva, também foi discutida a instalação do ALS, sistema de iluminação de aproximação, e do ILS, equipamento que permite pousos em condições climáticas desfavoráveis e cuja falta é apontada como um dos fatores que têm levado o terminal londrinense a perder voos e, consequentemente, passageiros.
Em maio, o ministro da Defesa, José Múcio, informou que o ILS seria inaugurado no aeroporto de Londrina em 10 de dezembro, data em que é comemorado o aniversário da cidade.
O equipamento foi adquirido de uma empresa na Alemanha e transportado para o Brasil por via marítima. A FOLHA aguarda resposta do Decea (Departamento de Controle do Espaço Aéreo) sobre a chegada dos componentes do equipamento.
Na última segunda-feira (3), a CBN Londrina divulgou que a carta de procedimento de aproximação por instrumentos, o documento técnico da Aeronáutica para orientação de pilotos e tripulações, havia sido oficialmente publicada e entraria em vigor no próximo dia 27 de novembro.
No entanto, um especialista em segurança de voo pelo Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) ouvido pela reportagem da rádio, afirmou que o uso dos equipamentos só seria autorizado em fevereiro de 2026, conforme determinação do Decea, embora o início das operações pudesse ser antecipado.
Nesta terça, o prefeito informou que o cronograma está mantido e é “seguido à risca” tanto pela Motiva quanto pelo Decea. “A gente deve terminar os trabalho da Motiva até o dia 14 de novembro, da base que vai recepcionar todos os equipamentos. Enquanto isso, o Decea, junto com a empresa contratada, já está fazendo a instalação dos preparativos do ILS.” Amaral garantiu que o equipamento entrará em operação ainda neste ano.
Taxiway
A pauta da reunião incluiu ainda a construção de uma nova taxiway no aeroporto, uma pista ao lado da pista principal, utilizada para manobras das aeronaves em solo. A pista lateral existente atualmente não é utilizada por estar fora dos padrões técnicos.
De acordo com o prefeito, um empresário de Londrina doou o projeto da nova taxiway, que quando estiver em uso, irá agilizar as operações de pouso e decolagem ao manter livre a pista principal. “São notícias que impactam Londrina porque o aeroporto é uma fonte de geração de oportunidades. Então, quanto mais rápido o voo puder descer e subir, maior quantidade de voos a gente tende a ter.”