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Denúncia aceita

Deputado Fernando Cury vira réu por apalpar Isa Penna na Assembleia de SP

Tayguara Ribeiro e Carolina Linhares/Folhapress
16 dez 2021 às 11:22

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- Reprodução/Facebook
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O Órgão Especial do TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) aceitou, por unanimidade, a denúncia contra o deputado estadual Fernando Cury no caso envolvendo a também deputada Isa Penna (PSOL).


O colegiado recebeu, nesta quarta-feira (15), a denúncia por reconhecer a existência de fortes indícios de prática de ato libidinoso, sem consentimento. Com a decisão, será instaurada ação penal, e Cury se torna réu.

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O deputado, através da assessoria de imprensa, disse que não comentaria a decisão da Justiça.

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Em dezembro de 2020, Cury foi flagrado pelas câmeras da Assembleia Legislativa de São Paulo apalpando a lateral do corpo de Isa durante uma sessão plenária.

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De acordo com o voto do relator, desembargador João Carlos Saletti, a peça do Ministério Público descreve adequadamente os fatos, que, ao menos em tese, configuram o crime de importunação sexual.


"Adequadamente descritos os fatos típicos, não há que se falar em inépcia da petição inicial ou falta de justa causa para a instauração da ação penal", afirmou.

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No julgamento, o magistrado destacou, também, que "a análise rápida, perfunctória, própria deste momento processual, permite concluir pela necessidade de que seja recebida a denúncia, posto entender-se presentes os elementos do tipo penal".


O Ministério Público de São Paulo ofereceu, em março, uma denúncia contra Cury.

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O deputado também acabou punido pelo plenário da Assembleia com um afastamento temporário de 180 dias do cargo. A pena já foi cumprida -ele retomou o mandato.


Em novembro, o diretório estadual do Cidadania de São Paulo resolveu expulsar do partido o deputado estadual Fernando Cury. A decisão foi aprovada por 27 votos a 3.

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O deputado ainda pode recorrer à direção nacional do partido, mas a tendência, nesse caso, é manter a expulsão, já que o presidente da legenda, Roberto Freire, é um dos autores da representação contra Cury que originou o processo interno no conselho de ética.


Na ocasião, Isa Penna afirmou que o Cidadania "respondeu a todas mulheres que se sentiram assediadas junto comigo quase um ano atrás".

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"Sigo com força porque a vitória de hoje é democrática e também uma vitória feminista! Afinal um homem eleito deve (ou deveria) entender que assédio é assédio", disse.


Durante o julgamento desta quarta, a defesa do deputado falou sobre a inexistência de corpo de delito, exame que se referiria não só ao corpo de uma pessoa, mas também as provas do eventual crime.

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"Há uma norma mandamental do Código de Processo Penal dizendo que é indispensável ter um exame desse vídeo pelo Instituto de Criminalística", argumentou o advogado de Cury, Roberto Delmanto.


Outro argumento utilizado pela defesa foi a ausência de comprovação de ato libidinoso. "Essa é a maneira de ser do deputado Fernando Cury. Sem maldade, sem malícia", disse Delmanto ao elencar outros deputados que teriam sido abraçados da mesma forma por Cury, durante a mesma sessão.


O deputado retomou no dia 6 de outubro seu mandato na Assembleia, após o fim de uma punição de 180 dias de afastamento.


Em abril, os deputados da Assembleia votaram de forma unânime para afastar Cury por seis meses, sem direito a remuneração. O deputado havia obtido uma vitória no Conselho de Ética da Casa, que aprovou afastamento de apenas 119 dias -mas a pressão da deputada fez com que a pena fosse ampliada.


Após o caso de assédio, em dezembro do ano passado, nas redes sociais, a deputada Isa Penna relatou que Cury chegou perto dela e de Macris, que conversavam, após um outro parlamentar tentar demovê-lo da aproximação. "O deputado Cury, no entanto, ignora o gesto e se posiciona atrás de mim e apalpa meus seios, no que é imediatamente repelido por mim! E assim ocorre o assédio!"

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