Trechos das calçadas das Ruas Raja Gabaglia e Pedro Couto, na região central de Londrina, estão interditadas por conta da erosão das estruturas. O desgaste levou a buracos fundos na área residencial, que seguem até o Vale do Córrego da Água Fresca. O problema é antigo, já existe há pelo menos três anos e traz riscos para quem passa ou mora na região.
A FOLHA esteve no local na tarde desta segunda-feira (14), e atestou a precariedade de três pontos da quadra, em uma linha reta de aproximadamente 65 metros. Na Raja Gabaglia, um grande barranco foi interditado por uma cerca com madeira frágil, que balança ao toque, e fitas zebradas. O local é usado como depósito de lixo, como sacolas plásticas e embalagens de comida, além da vegetação “morta” que é cortada e descartada no espaço, com troncos e folhas de árvores soltos.
A interdição bloqueia a calçada, forçando os transeuntes a passar pela ciclovia. Nathalya Santos, cuidadora social, aproveita seu horário de almoço para caminhar pela área todos os dias há cinco meses, quando começou a trabalhar em uma Casa Lar na região. “A gente vai com as crianças e tem que sair da calçada e ir pela rua. O perigo de uma criança sair correndo, ou de bicicleta, e cair dentro, é muito grande. Ali na curva tem outro buraco, é complicado para elas”, pontuou.
'Até agora nada'
Santos disse que reclamações sobre a situação foram encaminhadas à Prefeitura de Londrina por moradores, mas que os munícipes desistiram pela falta de retorno. “Estava comentando a respeito da erosão com um senhor, ele falou que já é problema antigo, que ‘já foi reclamado, já foi passado, mas vai ficar isso aí, todo mundo está cansado’. Só abandonaram”.
Considerou ainda que a situação já deveria ter sido resolvida, visto que o problema cresce cada vez mais com a passagem do tempo. “Quando comecei meu serviço aqui, não estava tão grande esse buraco. A cada chuva que vem, vai dando erosão, vai aumentando, então tem que arrumar”.
Um jardineiro que trabalha em uma residência na Raja Gabaglia, que preferiu não se identificar, contou que o órgão municipal vedou o buraco duas vezes, mas que teria cedido novamente por conta de chuvas. “Quando chove, a água entra aqui e leva tudo embora. Antes eles tamparam, depois rompeu de novo, aí não tamparam mais”.
O homem trabalha na casa há cinco anos, e confirmou a fala de Santos, de que os moradores já reclamaram sobre as estruturas para a Prefeitura. “Eles não respondem, até agora, nada”.
Pedro Couto
Edceia Borba mora na região central e e caminha até o Vale diariamente para aproveitar o cenário de natureza e espaço ao ar livre. Atravessando a Rua Pedro Couto para seguir seu trajeto, contou que “nem dá vontade de passar” por ali, considerando a passagem impedida para pedestres.
“De manhã o pessoal vai fazer caminhada, mas não tem como passar, tem que dar a volta para não atrapalhar o trânsito e porque corre risco também. A cratera só aumenta a cada chuva, daqui a pouco está lá nas casas”, acredita. Na tarde desta segunda (14), o cheiro estava desagradável para quem passava no local. "Agora não está tão ruim o cheiro de esgoto, mas ao meio-dia e no fim da tarde, quando o sol bate bem ali, fica ruim."
O buraco é o maior dos três na quadra, levando a um grande barranco que comporta manilhas e muros quebrados, tijolos, troncos de árvore caídos e sacos de lixo. Fica próximo a nascente do Córrego da Água Fresca, com pouca água correndo no local. Com a maior periculosidade, a área é bloqueada por grandes tachões de concreto, além das fitas zebradas e cercas de madeiras.
A mulher criticou ainda o “potencial desperdiçado” do Vale, contando que boa parte do espaço fica inundada em dias de chuva intensa. “Antes dava para atravessar lá embaixo, agora não dá mais, porque está cheio de buracos. Um dia eu vim em dia de chuva e tinha muita água mesmo, que desce e leva embora o que tem na frente”.
Cerca de 15 metros adiante, também na Pedro Couto, um barranco menor é interditado com uma placa de sinalização, que não impede a passagem na calçada.
Resposta
A Prefeitura de Londrina foi procurada para comentar as queixas e se há previsão de conserto das estruturas, mas a reportagem não obteve retorno até a publicação do texto.
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