Em dois pontos tradicionais da avenida Higienópolis, via em eterna reinvenção que ainda é a mais icônica de Londrina, um casal de comerciantes se orgulha de um fato inusitado: a tabela de preços do cafezinho e de todas as suas variáveis continua intacta.
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Tanto a Holandesa Confeitaria, com 50 anos de história, quanto o Pátio San Miguel, que completa 30 agora em janeiro, usaram a mesma estratégia e seguraram o preço final do produto, tão decantado na história de Londrina, outrora sua capital mundial.
Afinal, a margem de cada xícara é bem razoável - um quilo de café coado rende 120 doses - e o volume de vendas é muito alto - a Holandesa vende 200 quilos mensais e o Pátio, 60.
Mas, no fundo, a tática é não desestimular aquelas escapadas típicas dos meios das manhãs e das tardes.
O cafezinho é um chamariz quase inigualável para ambos os negócios. Uma vez dentro da loja, há sempre uma boa chance do cliente se empolgar e realizar um outro consumo.
O certo é que tanto Rosemeyre Mastellini de Mello quanto o marido Alexandre Alves de Mello, conhecido como Padeiro, estão muito atentos às conversas sobre a carestia de alimentos, um assunto que entrou com força até mesmo no debate político.
Os suspiros indignados dos brasileiros ao passarem pelas gôndolas nas quais repousam os pacotes de café nos supermercados já estão se transferindo para os balcões, onde copos americanos e copos caninhas, xícaras grandes ou pequenas, já simbolizam a silenciosa crise de poder aquisitivo da classe média.
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