A USP (Universidade de São Paulo) registrou um boletim de ocorrência na quinta-feira (23) contra moradores do Crusp, sua moradia estudantil, que impedem a instalação de grades para controle de acesso no local. Segundo a reitoria, os alunos agem com violência e devem responder criminalmente por isso.
Também foi solicitada a abertura de procedimento disciplinar a ser conduzido pela Procuradoria Geral sobre o caso. No processo, os estudantes envolvidos serão convocados para depoimento e averiguação dos fatos.
O projeto das grades existe desde julho de 2024, quando uma licitação foi realizada. Em setembro, a reitoria anunciou ter desistido da obra após recorrentes protestos de moradores, mas seguiu com os trabalhos, inclusive contratando uma empresa para cuidar da automação dos portões, em novembro.
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Em 2 de janeiro, homens tentaram instalar o controle de acesso nas entradas dos blocos do conjunto, quando moradores se uniram e conseguiram impedir os trabalhos.
Nas últimas semanas, a USP tentou fazer vistorias nos apartamentos e houve a tentativa de inviabilizá-las com, segundo a universidade, ofensas e desacatos a servidores públicos da zeladoria e da divisão de promoção social presentes. Os moradores do conjunto negam as acusações e afirmam que a violência partiu dos funcionários.
A confusão sobre o controle de acesso no Crusp começou em julho no último ano. Os moradores acusam a USP de planejar a instalação para fazer uma varredura nos apartamentos, nos quais também vivem clandestinos. A instituição nega. Das cerca de 1.200 pessoas no Crusp, 300 estão irregulares, segundo a AmorCrusp (Associação de Moradores do Crusp).
Muitos matriculados foram acolhidos ali por outros estudantes por não terem sido contemplados com vaga nos editais da universidade. Também há casos de ex-alunos que seguem no apartamento após conclusão do curso e daqueles totalmente sem vínculo com a universidade que invadiram o espaço.
É defendida pela AmorCrusp a análise caso a caso, sem expulsão compulsória dos ocupantes irregulares.
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