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Eventos secundários da partida

Proibir apostas em cartões e penaltis pode criar mercado paralelo, dizem especialistas

Livia Camillo - UOL/Folhapress
12 nov 2024 às 15:52

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- Imagem de congerdesign por Pixabay
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Ao contrário do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que defende a proibição de apostas em cartões dados a jogadores em partidas de futebol, especialistas afirmam que colocar proibições na regulamentação do mercado poderia abrir espaço para operadoras ilegais.


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Uma proposta do senador Jorge Kajuru (PSB-GO) visa proibir apostas que englobam acontecimentos secundários nas partidas de futebol, como cartões amarelos e vermelhos, pênaltis, escanteios e etc. O presidente Lula concorda com o entendimento do senador, de que essas modalidades de aposta facilitam fraudes.


No entanto, especialistas acreditam que a proibição só traria malefícios, uma vez que poderiam alimentar o mercado paralelo. Nesta segunda-feira (11), o painel "Apostas Esportivas no Brasil: caminhos para a integridade e regulação eficiente", do Sport Integrity Forum 2024 da SIGA Latin America, debateu os pormenores das leis que serão efetivamente aplicadas a partir de janeiro de 2025.


"É muito difícil entrar na seara das casas e das empresas [de aposta], para dizer que cardápio eles vão utilizar. Proibir aqui no Brasil, com as reguladas, vai abrir a frente que se quer no mercado paralelo, no mercado das não reguladas, que vão continuar apostando nos cartões e com atletas brasileiros envolvidos, como sempre existiu", afirmou Paulo Schmitt, presidente do Comitê de Integridade da FPF.

"Uma vez que se proíba as coisas no mercado regulado, aqueles que quiserem apostar podem buscar o mercado paralelo ou o mercado internacional, porque o mercado internacional também aposta nos jogos que ocorrem no Brasil, e vice-versa. Nós aqui no Brasil vamos apostar também na Premier League, na Champions League... E uma vez que a gente proíba aqui, pode ser que esse apostador, que gosta desse mercado, que se diverte nesse mercado, procure outros lugares para apostar", acrescentou Fabio Macorin, Subsecretário de Monitoramento e Fiscalização da Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda.

Regulamentação é o caminho


Na visão de Ueltom Lima, CEO do Grupo H2, as casas de apostas precisam caminhar lado a lado com o Governo para a regulamentação. Sem o trabalho conjunto, não há como encontrar melhores práticas para o mercado.

"Eu acho que se tem uma coisa que a gente precisa fazer é fugir dos atalhos, é entender esse mercado que é centenário. Em alguns lugares, você tem boas práticas que já aconteceram. Você pode aprender com erros e acertos de outros países que já viveram isso. Eu não sei te dizer se o mercado de cartões é o problema, mas alguns lugares já viveram isso e podem nos dizer. Você tem possibilidade de ter fraudes em outros mercados. O caminho está na regulamentação", diz o CEO.

"Quem não está envolvido com o mercado pode ficar com a visão de que para esse mercado é melhor que ele não estivesse regulamentado e operasse livremente. Mas isso não é uma verdade. A integridade esportiva e o jogo responsável são pilares fundamentais para o mercado maduro, sustentável e de longo prazo", pondera Ueltom Lima.

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