Pesquisar

Canais

Serviços

Publicidade
Publicidade
Publicidade
Ozonioterapia

Prefeito catarinense sugere aplicação retal de ozônio para Covid-19

Folhapress
04 ago 2020 às 16:43
- Reprodução/Facebook
siga o Bonde no Google News!
Publicidade
Publicidade

O prefeito de Itajaí, Volnei Morastoni (MDB), afirmou nesta segunda-feira (3) que a cidade vai oferecer mais um tratamento sem eficácia comprovada, a ozonioterapia, para pacientes com Covid-19.


O município já fornece ivermectina e cânfora como opções preventivas e o antibiótico azitromicina como tratamento a pacientes infectados.

Cadastre-se em nossa newsletter

Publicidade
Publicidade


Segundo o prefeito, que também é médico, o ozônio deve ser aplicado pelo ânus de pacientes com diagnóstico e sintomas de infecção pelo novo coronavírus, alguns minutos ao dia, em diferentes sessões. O comunicado foi transmitido em uma live da prefeitura.

Leia mais:

Imagem de destaque
Nova ferramenta

Dona do ChatGPT e plataforma brasileira criam IA para alunos com deficiência

Imagem de destaque
Anúncio feito por ministro

Implementado em 2020, governo quer extinguir o saque-aniversário do FGTS

Imagem de destaque
Insalubre

Atrasado e sem dados, Brasil sofre com falta de protocolos para poluição

Imagem de destaque
STF

Gilmar Mendes pede vista e adia julgamento de liberdade de Robinho


"É uma aplicação simples, rápida, de dois, três minutos por dia. Provavelmente vai ser uma aplicação via retal, que é uma tranquilíssima, rapidíssima, [com] um cateter fininho e isso dá um resultado excelente, [...] ajuda muitíssimo nos casos positivos de coronavírus", disse.

Publicidade


Morastoni afirmou ainda ter inscrito a cidade na Comissão Nacional de Ética em Pesquisa, órgão ligado ao Ministério da Saúde, para fazer parte de um protocolo de estudos sobre o uso do ozônio para tratar Covid-19.


"Ivermectina, cânfora, ozônio e tudo mais que formos descobrindo e sabendo que pode ajudar, vamos colocar à disposição da nossa população", afirmou na live.

Publicidade


Como já mostrou a Folha, não há comprovação científica de eficácia de nenhum desses recursos contra a Covid-19.


Pesquisadora do Instituto de Ciências Biomédicas da USP, a microbiologista Natália Pasternak afirmou que a ozonioterapia é uma "charlatanice que dizem curar câncer", sem nenhuma comprovação médico-científica.

Publicidade


Ozonioterapia é um procedimento que consiste na aplicação de gases oxigênio e ozônio por diversas vias, como intravenosa ou intramuscular, com objetivo terapêutico. Segundo o CFM (Conselho Federal de Medicina), a ozonioterapia ainda carece de garantias de eficácia e segurança.


Em resolução publicada no Diário Oficial da União, o CFM proíbe aos médicos a prescrição desse tipo de tratamento dentro dos consultórios e hospitais. A exceção pode acontecer em caso de participação dos pacientes em estudos de caráter experimental, com base em protocolos clínicos e critérios definidos pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa. O intuito é assegurar aos participantes das pesquisas suporte médico-hospitalar em caso de efeitos adversos, a garantia de sigilo e anonimato; e a gratuidade do acesso ao procedimento.

Publicidade


Apesar de todas as evidências contrárias, o prefeito citou na live a médica Lucy Kerr como fonte de pesquisa para demonstrar a suposta eficácia da ivermectina na prevenção e tratamento da Covid-19. O YouTube já retirou do ar um vídeo da profissional por entender que seu conteúdo não trazia informações adequadas sobre o coronavírus.


O medicamento está sendo distribuído pela Prefeitura de Itajaí desde o dia 7 de julho. Desde então, o número de mortes pela doença mais do que dobrou na cidade: de 45 para 105 até a segunda-feira (3). O município soma 3.648 casos do novo coronavírus.

O prefeito declarou, no entanto, que, dentre os último 60 óbitos causados pela doença, 80% são de pessoas que não tomaram a ivermectina, o que comprovaria a eficácia do tratamento. "Há uma diferença muito sensível entre os que tomaram e os que não tomaram", disse.


Publicidade

Últimas notícias

Publicidade