Mesmo com cidades debaixo d’água, algumas empresas têm obrigado funcionários a trabalhar em áreas alagadas no Rio Grande do Sul.
O Ministério Público do Trabalho (MPT) recebeu mais de 90 denúncias de violações trabalhistas envolvendo enchentes, desde o início da tragédia, no fim de abril.
As irregularidades foram apresentadas por sindicatos e trabalhadores das áreas do comércio, da indústria e de serviços.
Leia mais:
Plataforma dá mapa para acesso ao aborto em casos de feto incompatível com a vida
Deputado federal lança livro e documentário sobre dívida pública brasileira nesta quinta-feira
STF derruba lei municipal que proíbe vacinação compulsória contra Covid
STF homologa acordo de R$ 170 bi entre mineradoras e governos por tragédia em Mariana
Sessenta por cento das denúncias são pela exigência de que o empregado vá trabalhar em local de risco ou em más condições.
O coordenador do Grupo de Trabalho Desastre Climático da Procuradoria do Trabalho da 4ª Região, o procurador Luiz Alessandro Machado, fala sobre os perigos dessas situações.
Segundo ele, há áreas em que a Defesa Civil recomenda que a população não permaneça, sob riscos de desabamento, deslizamento, afogamentos, até mesmo de choque elétrico. "Nesses locais nenhuma empresa pode funcionar. O bom senso tem que estar à frente de tudo. É preciso ver se há condições de trabalho".
Luiz Alessandro explicou que o empregado pode pedir um atestado ao município para abonar as faltas. "O trabalhador pode estar diretamente envolvido nas enchentes e não ter condições de se deslocar até o trabalho". Pode estar em um abrigo, não ter condições de chegar à empresa, que também pode estar alagada.
Além disso, com o atestado de acidente pelas enchentes, o empregado pode fazer parte das primeiras medidas trabalhistas de enfrentamento à situação de calamidade pública.