Mais de 1.300 pessoas morreram pela Covid-19 no estado de São Paulo em um intervalo de 38 dias. É mais que o triplo de homicídios no mesmo período do ano passado (359 casos).
Nesta quinta-feira (23), o número de óbitos por coronavírus para um só dia chegou ao ponto mais alto até o momento, com 211 registros.
O levantamento considera o intervalo entre 17 de março (data da primeira morte pela doença no estado em 2020) e 23 de abril.
Os óbitos pela doença nestes 38 dias deste ano (1.345) é superior ao de homicídio nos 114 primeiros dias de 2019, quando houve 1.044 casos de assassinatos.
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As mortes violentas foram contabilizadas a partir dos boletins da Secretaria da Segurança Pública e incluem casos de homicídio doloso, latrocínio e lesão corporal seguida de morte.
Os números podem ser ligeiramente maiores, pois em uma situação pode haver mais de uma pessoa assassinada (a média é de 1,05 por registro, o que daria uma estimativa de 1.096 óbitos).
Por outro lado, parece haver ainda um atraso na notificação de casos e de mortes por coronavírus, o que, se confirmado, pode deixar a distância ainda maior para as mortes por homicídio.
A comparação foi feita com os assassinatos do ano passado porque ainda não foram divulgadas informações sobre homicídios em março deste ano. Nos primeiros dois meses de 2020, os números eram semelhantes aos de 2019.
Segundo o Governo de São Paulo, o estado tem mais de 16 mil casos confirmados de Covid-19. Ao menos 256 municípios (40%) registram a doença.
Nesta quinta, o índice de ocupação das UTIs paulistas era de 55%. Na capital, onde está a maioria dos doentes, a taxa é de 74%.
O estado concentra quase 40% de todas as mortes registradas no Brasil. Também foi onde a Covid-19 foi detectada pela primeira vez, em 26 de fevereiro.
Por ordem do governador João Doria (PSDB), São Paulo está sob quarentena desde 24 de março, com fechamento do comércio e de serviços não essenciais. A reabertura gradual deve ter início a partir do próximo dia 11.
O estado fará o acompanhamento da disseminação, comparando cenários possíveis da evolução do vírus, e novos protocolos serão definidos dependendo da situação de cada região e de cada setor da economia.
O ritmo de mortes vinha apresentando queda desde o último dia 14. Naquela data foi registrado o pico de óbitos até então, com 85. Nesta quinta, porém, houve novo salto, com 211 óbitos.