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Mortes causadas por Covid-19 se espalham em asilos de SP

Marcelo Toledo - Folhapress
11 mai 2020 às 10:27

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- Reprodução/Pixabay
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A pandemia do novo coronavírus já provocou mais de 20 mortes em asilos no interior de São Paulo, isolou idosos nas instituições e forçou a transferência de 30 deles para um hotel em Piracicaba.

Há casos confirmados nas últimas duas semanas em ao menos cinco cidades. Além dos idosos, 33 funcionários dos asilos já foram diagnosticados com a Covid-19.

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A cidade com o maior número de casos é Piracicaba, com 11 óbitos de idosos em casas de repouso até sexta-feira (8).
Desses, 8 ocorreram no Lar Betel que, segundo a direção, ainda tem quatro idosos internados com sintomas.

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Dos 74 idosos ativos na instituição, em 49 casos os testes deram positivo e há 1 aguardando resultado. Seis idosos estão em isolamento.

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Para evitar que se contaminem os idosos cujos exames deram negativo ""todos foram testados"", eles foram retirados da instituição para serem colocados em isolamento inverso.


Foram transferidos para um hotel de Piracicaba, que reservou uma ala para receber 30 idosos não infectados, segundo comunicado de Luiz Adalberto dos Santos, diretor-presidente da instituição.

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Funcionários foram destacados para cuidar dos idosos no hotel, onde ficarão por 14 dias. A entidade tem recebido doações do Ministério Público e da sociedade para pagar os custos, fazer exames em todos os idosos e garantir alimentação e higiene de todos.


"Lamentamos profundamente os falecimentos ocorridos, muito dolorosos para a instituição, apesar de todos os esforços desprendidos", disse Santos.

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A doença atingiu também 28 dos 77 funcionários da entidade, dos quais 13 estão afastados. Há, ainda, 19 que fizeram testes e esperam resultados. As mortes ocorreram entre 23 de abril e 1º de maio ""a última foi de uma mulher de 76 anos.


Outras três mortes na cidade foram registradas no residencial Bem Viver. A última delas foi confirmada na quinta-feira (7), segundo o Ministério Público, de um idoso de 91 anos, cardíaco e que utilizava marcapasso. As outras duas pessoas tinham 80 e 85 anos.

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A instituição tem outros oito idosos com casos confirmados, dos quais três foram internados, e cinco funcionários com diagnóstico de Covid-19.


Segundo o promotor Luiz Sérgio Catani, foi aberto procedimento administrativo para acompanhar a situação do estabelecimento.

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A Folha de S.Paulo procurou a direção do Bem Viver, mas funcionários informaram que o responsável está afastado por pertencer a grupo de risco da doença e que não havia ninguém que pudesse comentar o assunto.


Depois de Piracicaba, a cidade com o maior número de óbitos de idosos em casas de repouso é Hortolândia, que registrou seis casos em menos de um mês no asilo privado Lar Feliz 1.

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Outros 13 pacientes também contraíram a Covid-19, num local que abrigava 33 idosos. Nenhum dos 14 funcionários foi infectado.


As mortes ocorridas no asilo representam 60% dos 10 óbitos registrados por Covid-19 na cidade, que tem 79 casos confirmados da doença.


O primeiro óbito ocorreu em 13 de abril e, segundo a instituição, todos que tiveram contato com a idosa foram isolados. Na semana seguinte, outros três foram levados à Unidade de Pronto Atendimento, onde morreram.


Os idosos estavam isolados e sem receber visitas desde 18 de março, mas deixavam o local quando precisavam ir ao médico. A direção suspeita que tenha sido assim que o vírus entrou no asilo.


Outra morte de idoso em asilos ocorreu em Nova Odessa, onde a Secretaria da Saúde recebeu na sexta-feira o resultado do exame feito no Instituto Adolfo Lutz sobre a causa do óbito de um homem de 76 anos, obeso, que morreu na última segunda-feira (4). Foi a segunda morte causada pela Covid-19 na cidade.


Após a confirmação, as vigilâncias Epidemiológica e Sanitária foram ao local para uma vistoria, que não encontrou irregularidades no estabelecimento privado. Não há idosos com sintomas de gripe, conforme a prefeitura. Os quatro funcionários e as seis idosas atendidas no local passarão por testes.

Em Itu, dois idosos morreram numa clínica, o que motivou vistoria e intervenção da prefeitura. Há outra morte em investigação. A prefeitura não informou o nome do local. Em abril, um estabelecimento que abrigava irregularmente idosos foi interditado em Campinas depois que um idoso morreu por Covid-19.


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