Um menino de 10 anos morreu na noite de quinta-feira (2) baleado por policiais militares, na Vila Andrade, zona Sul da cidade de São Paulo. De acordo com nota da Secretaria de Segurança Pública (SSP), ele e outra criança de 11 anos teriam furtado um carro de um condomínio na região do Morumbi. Policiais perceberam a ação e saíram em perseguição ao veículo, um Daihatsu Terios.
De acordo com relato dos policiais, durante a fuga, o menino que estava ao volante bateu contra um ônibus e um caminhão. Ao receberem ordem para parar, eles teriam feito três disparos de uma arma calibre 38 contra os policiais. Os PMs teriam então revidado, atingindo e matando o garoto de 10 anos, na rua José Ramon Urtiza.
Para o Procurador de Justiça do Ministério Público do Estado (MPE), Clilton Guimarães, o caso levanta algumas indagações como, por exemplo, uma análise mais meticulosa sobre a atuação dos policiais diante de dois meninos, para avaliar se havia outra conduta possível a fim de evitar a morte do garoto.
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Na avaliação dele, com base na hipótese de que os meninos estavam envolvidos em atos infracionais, fica evidente que há falhas por parte do poder público na questão social: "quando você vê uma criança e um adolescente envolvidos desde tão cedo com a criminalidade ficam denunciadas algumas omissões importantes do estado que se ausenta de políticas para o atendimento familiar", apontou.
A criança de 11 anos que estava no veículo foi encaminhada para o Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP). No local e acompanhado de sua mãe, ele relatou ao delegado que o outro menino atirou duas vezes contra os policiais e que, depois de bater o carro, disparou novamente, pouco antes de ser atingido e morrer.
Na nota, a Secretaria informa também que avisou o Conselho Tutelar e a Vara da Infância e da Juventude sobre o caso e que foi instaurado um inquérito de Morte Decorrente de Oposição à Intervenção Policial pelo DHPP. As armas dos policiais bem como a que estava em poder do menor foram apreendidas para perícia. Também foi aberto inquérito administrativo na Corregedoria da PM que acompanhará as investigações.