Dispositivo central na estratégia de enfrentamento da violência
contra a mulher no país, a Central de Atendimento à Mulher, o Ligue 180
totalizou, no ano de 2024, 24.907 atendimentos registrados no Paraná, um
aumento de 34,79% em relação ao ano de 2023, quando 18.478 foram
computados.
Entre as denúncias, 2.703 foram apresentadas pela própria vítima, enquanto 1.798 foram por terceiros. A casa da vítima ainda é o cenário onde mais situações de violência são registradas: 1.758 denúncias tinham este contexto. A residência compartilhada por vítima e suspeito também é local de grande parte das denúncias no Paraná, com 1.628 casos.
Os dados apontam que há mulheres que vivenciam diariamente as situações de violências. No estado, a frequência diária foi relatada em 1.997 atendimentos, enquanto 750 disseram que as agressões ocorrem ocasionalmente. Sobre o tempo em que ocorreu a violência, 1.062 responderam que acontece há mais de um ano e 643 há um mês. São as mulheres brancas as vítimas mais frequentes (2.309).
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Para a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, o aumento significativo no número de atendimentos realizados pela central reflete a maior confiança da população brasileira, em especial das mulheres, no Ligue 180, que vem recebendo uma série de melhorias desde 2023, com a reestruturação prevista na retomada do Programa Mulher Viver sem Violência.
"Temos investido na capacitação das profissionais que realizam o atendimento e o acolhimento das mulheres, tanto para a informação sobre direitos e serviços da rede, como para o correto tratamento e encaminhamento das denúncias aos órgãos competentes, aumentando a confiança no canal. Além disso, temos intensificado as campanhas para ampliar a divulgação do Ligue 180, inclusive o atendimento no WhatsApp", explica a ministra.
OUTROS ESTADOS
Em todo o território nacional a Central Ligue 180 atendeu 691.444 ligações, o que representa um aumento de 21,6% em relação a 2023. O número de atendimentos pelo WhatsApp, lançado em abril de 2023, passou de 6.689 em 2023 para 14.572 em 2024, um salto de 63,4%.
Os dados indicam que há mulheres que vivenciam situações de violências
por longos anos e diariamente. Ao todo, 32.591 denúncias são de
violências que acontecem há mais de um ano, e 18.798 indicam que
iniciaram há um mês.
Cerca de metade das denúncias (46,4%)
apontaram que as vítimas eram agredidas diariamente, o que evidencia a
persistência do fenômeno da violência contra as mulheres.
“Ocasionalmente” foi a segunda categoria mais frequente, com 23.431
denúncias, seguida de “Única Ocorrência” (19.214) e “Semanalmente”
(10.945). A categoria “Mensalmente” foi a menos registrada nas denúncias
(2.453). Além disso, 13.982 denúncias não possuem a informação sobre a
frequência das violações.
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