Pesquisar

Canais

Serviços

Publicidade
Publicidade
Publicidade
Café continua ''amargo''

Inflação desacelera a 0,43% em abril; alimentos e remédios pressionam

Leonardo Vieceli - Folhapress
11 mai 2025 às 10:34

Compartilhar notícia

Paula Laboissière/Agência Brasil
siga o Bonde no Google News!
Publicidade
Publicidade

A inflação oficial do Brasil, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), desacelerou a 0,43% em abril, após marcar 0,56% em março, apontam dados divulgados nesta sexta (9) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).


O novo resultado veio praticamente em linha com a mediana das projeções do mercado financeiro, que era de 0,42%, de acordo com a agência Bloomberg. O intervalo das estimativas ia de 0,38% a 0,6%.

Cadastre-se em nossa newsletter

Publicidade
Publicidade


O IPCA de 0,43% é o maior para meses de abril desde 2023 (0,61%). O grupo dos alimentos até subiu menos do que em março, mas voltou a pressionar o índice, ao lado do reajuste dos medicamentos.

Leia mais:

Imagem de destaque
Refúgio

Elefanta que passou 40 anos em cativeiro argentino é transferida ao Brasil

Imagem de destaque
Um estupro a cada seis minutos

Lei acaba com atenuantes para crimes sexuais contra mulheres

Imagem de destaque
Governo Federal diz que ainda não foi notificado

Ministério Público pede suspensão do CNU 2025 por falhas nas cotas

Imagem de destaque
Gratuidade para 4,5 milhões de famílias

Nova tarifa social de energia elétrica passa a valer neste sábado (5)


Em 12 meses, o IPCA passou a acumular alta de 5,53% até abril, acima dos 5,48% registrados até março. Nesse recorte, a taxa é a maior desde fevereiro de 2023 (5,6%). Com isso, o acumulado se distanciou do teto de 4,5% da meta de inflação perseguida pelo BC (Banco Central).

Publicidade


Em uma tentativa de conter os preços, a instituição promoveu um ciclo de aumento na taxa básica de juros, a Selic, que chegou nesta semana a 14,75% ao ano. Trata-se do maior nível em quase duas décadas.


O choque dos juros busca esfriar a demanda por bens e serviços e, assim, reduzir a pressão inflacionária. O possível efeito colateral é a perda de fôlego da atividade econômica, já que o crédito fica mais caro para consumo e investimentos produtivos.

Publicidade


Entre os nove grupos de produtos e serviços do IPCA, a maior variação em abril foi registrada pelo ramo de saúde e cuidados pessoais (1,18%), seguido de vestuário (1,02%) e alimentação e bebidas (0,82%).


Os alimentos desaceleraram em relação a março (1,17%), mas foram responsáveis pelo principal impacto no índice do mês passado (0,18 ponto percentual). "O grupo alimentação é o de maior peso no IPCA, por isso, mesmo desacelerando, exerce impacto importante", disse Fernando Gonçalves, gerente da pesquisa do IBGE.

Publicidade


CAFÉ ACUMULA INFLAÇÃO DE 80,2%


Dentro de alimentação e bebidas, a alimentação no domicílio avançou 0,83% em abril. Contribuíram para o resultado as altas da batata-inglesa (18,29%), do tomate (14,32%) e do café moído (4,48%).

Publicidade


Em 12 meses, o café acumula disparada de 80,2%. É a mais intensa desde a entrada em circulação do real, em julho de 1994, há quase 31 anos, segundo o IBGE.


O café também mostra a maior variação acumulada entre os 377 bens e serviços (subitens) pesquisados no IPCA. O produto aumentou em meio a problemas de oferta com questões climáticas.

Publicidade


Do lado dos alimentos em queda no mês de abril, o IBGE destacou a cenoura (-10,4%), o arroz (-4,19%) e as frutas (-0,59%). O ovo recuou 1,29%, após fortes avanços de 13,13% em março e de 15,39% em fevereiro.


Entre os grupos, a segunda maior pressão no IPCA (0,16 ponto percentual) foi gerada por saúde e cuidados pessoais.

Publicidade


Nesse caso, houve influência da alta dos produtos farmacêuticos (2,32%), após autorização de reajuste dos medicamentos. Itens de higiene pessoal também subiram (1,09%).


Em termos de impacto, os produtos farmacêuticos geraram a principal pressão individual no IPCA de abril (0,08 ponto percentual). Do lado das quedas, o destaque veio passagem aérea (-0,09 ponto percentual), que recuou 14,15%.


O bilhete de avião ajudou a provocar uma redução de 0,38% no ramo dos transportes. Esse foi o único dos nove grandes grupos do IPCA a apresentar queda no mês passado.


O resultado dos transportes também refletiu a baixa dos combustíveis. Houve redução no óleo diesel (-1,27%), no gás veicular (-0,91%), no etanol (-0,82%) e na gasolina (-0,35%).


META DE INFLAÇÃO E PROJEÇÕES


O BC passa a perseguir a meta de inflação de maneira contínua em 2025, abandonando o chamado ano-calendário (janeiro a dezembro).


No novo modelo, o alvo será considerado descumprido quando o IPCA acumulado permanecer por seis meses seguidos fora do intervalo de tolerância, que vai de 1,5% (piso) a 4,5% (teto) -até abril, o índice não voltou para essa faixa. O centro da meta é de 3%.


O mercado financeiro projeta IPCA de 5,53% no fechamento deste ano, conforme a edição mais recente do boletim Focus, divulgada na segunda (5) pelo BC.


A previsão caiu nas últimas três semanas da pesquisa, mas segue distante do teto de 4,5%.


De acordo com o IBGE, a inflação dos serviços, foco de atenção do BC, desacelerou de 0,56% em março para 0,43% em abril. No acumulado de 12 meses, o número ainda é de 6,03%, acima do IPCA geral (5,53%).


"Com o mercado de trabalho aquecido, o cenário segue bastante desafiador para a inflação", diz a economista Claudia Moreno, do C6 Bank.


Ela afirma que os serviços subjacentes, que excluem itens mais voláteis como passagens aéreas, acumulam alta de 6,7% até abril, acima dos 6,4% até março. Claudia também aponta que os bens industriais aceleraram em 12 meses, de 3,7% para 4,1%.


"Ainda que a queda nos preços das commodities no exterior possa aliviar a pressão sobre os alimentos e bens industriais no curto prazo, fatores domésticos, como o mercado de trabalho forte e a perspectiva de uma depreciação do câmbio, devem manter a inflação pressionada", projeta.


O governo Lula (PT) tem comemorado dados positivos na área econômica, incluindo o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), o aumento da renda e a redução do desemprego para níveis mínimos da série histórica.


Por outro lado, a inflação dos alimentos virou preocupação para o presidente e seus apoiadores. A carestia afeta sobretudo as famílias mais pobres e é apontada como uma das principais razões para a queda da aprovação de Lula no começo de 2024. Os alimentos subiram de preço em um cenário de problemas climáticos e dólar alto.


"A inflação continua mostrando um qualitativo ruim e incompatível com as metas de inflação", afirma a gestora Kínitro Capital.


Para a casa, os dados do IPCA reforçam a necessidade da política monetária "significativamente contracionista" do BC.


Leia também:

Imagem
Moradores da Gleba Palhano e do Maria Celina, em Londrina, são premiados no Nota Paraná
Em Londrina, moradores dos bairros Gleba Palhano (Zona Sul) e Jardim Maria Celina (Zona Norte) foram contemplados com prêmios de R$ 1 mil no programa Nota Paraná, no sorteio desta quinta-feira (8).
Publicidade

Últimas notícias

Publicidade
LONDRINA Previsão do Tempo

Portais

Anuncie

Outras empresas